João Plástico
(Artista de Valmedo)
LIVROS 5 ESTRELAS - XXXIV
AS MEMÓRIAS NÃO AFUNDAM
MORREU O FANTASMA DE BELÉM!
O fantasma que assombrou Belém e o histórico BELENENSES nos últimos cinco anos morreu hoje! Essa excrescência maligna que o futebol moderno lusitano deu à luz em 2018 após uma conturbada separação d'"Os Belenenses" e conhecida por B SAD, uma espécie de clube de futebol que não passava de uma empresa de aluguer de jogadores constituída para dar lucro, depois de perder a "cruz de cristo" que abusivamente chegou a mostrar no emblema e depois de ser expulsa do santuário do Restelo, acaba felizmente de ser despromovida à Liga 3, curiosamente trocando de lugar com um Belenenses rejuvenescido e recém-promovido depois de um longo calvário desde as distritais...
Mas as boas notícias não se ficam por aqui pois, para além de ter sido despromovida, a B SAD vai ser extinta porque a entidade financeira vai fundir-se com o Cova da Piedade, clube que viu a sua sociedade anónima desportiva entrar em insolvência! É caso para desejar aos senhores accionistas que fiquem por lá muitos anos e que nunca mais voltem a pisar as margens de cá do Tejo, desejando ainda que a sua nova presa não vá cedo demais para a cova sem piedade...
(Sociólogo de Valmedo)
TASCAS E ANTROS DE PRAZER - XXV
OS AMIAIS, AS PAPOILAS E O CAPADO...
Há meses que eu e o Andarilho tínhamos sido desafiados pelo Maurício a fazer uma excursão até aos Amiais de Baixo para conhecer e degustar o prato emblemático da terra, o capado, mas a aventura continuava pendente de ocasião apropriada que conviesse aos três, tinha ele ouvido de boca amiga maravilhas sobre o manjar que era servido com extrema simpatia numa casa com o curioso nome TRIBO DAS PAPOILAS...!
"A chefe (chef) Sónia espreitando da cozinha |
ANEDOTAS QUE PARECEM POEMAS - XI
ELMANO, A PUTA E O FILHO...
João das Boas Regras
(Sociólogo de Valmedo)
CURIOSIDADES DO MUNDO-CÃO - XLIII
Mais tarde descobri que o tal Pecais era mesmo famoso, não havia ninguém que o não conhecesse e que não tivesse uma anedota dele para contar, até que um dia tratando eu dos recados na mercearia do Fernando vejo um dos fregueses a estender--lhe uma nota enquanto dizia: "Toma lá um Pecais e dá-me lá o troco!". Ainda fui a tempo de notar que era de uma nota de cem escudos que se tratava, coisa que raramente me passava pelas mãos mas não descansei enquanto não cheguei a casa e pedi alvoroçado para que alguém me mostrasse uma nota de cem porque estava lá o Pecais famoso das anedotas... E lá estava de facto o Bocage! E nunca ninguém reparou que para mim Bocage sempre fora o Pecais, porque assim o tinha ouvido e percebido, afinal que culpa tinha o homem de ter herdado aquele estranho apelido de uma dama francesa?
João Portugal
(Línguista deValmedo)
O AUTORETRATO DO POETA!
Sempre Bocage se sentiu incompreendido e perseguido por uma sociedade portuguesa tradicional e bolorenta, avessa a novas ideias e tentou fugir dessa opressão em viagens pela Índia, Brasil e Macau, aventuras que no entanto não lhe apaziguaram nem a infelicidade no amor, nem as frustrações, nem o desespero... Refugiado numa intensa boémia e já expulso dos círculos literários acabaria por ser preso em 1797 por desrespeito à rainha e à Igreja! Para escapar ao cárcere é obrigado a retratar-se e na parte final da sua curta vida sustenta-se a si e a uma irmã com quem vive a fazer traduções miseravelmente pagas de poetas franceses e clássicos latinos como Virgílio ou Ovídio, tarefa que aliás executou com rigor e originalidade, ou não fosse alguém obcecado com a perfeição... Bocage, como muitos outros grandes génios incompreendidos, morreu na doença e na miséria aos 40 anos de idade e foi, sem dúvida, um irrequieto espírito fora da sua época...
COMO O POETA SE RETRATA
Não se equivoque o prezado leitor se ao abrir um livro de sonetos de Bocage der de caras com outra coisa que não esta maravilha, é que o seu autoretrato original seria depois revisto e alterado devido à perseguição inquisitorial de que era alvo e os versos onze e catorze tomaram depois a seguinte ambígua e amorfa forma:
11 - "E somente no altar amando os frades"14 - ""Num dia em que se achou mais pachorrento"
Claro que, sempre e especialmente nos dias que correm em que já não há pachorra e em que Bocage se estaria cagando para muito deste mundo-cão, o poeta preferiria a versão pura e original, afinal é essa a alma de toda a sua poesia...
J.C
(Poeta de Valmedo)