segunda-feira, 27 de maio de 2019



CURIOSIDADES DO MUNDO CÃO - XVI


A CIFRA, O CIFRÃO E O $...




É dos símbolos mais universais que se pode imaginar, não haverá vivalma e até defunto que não tenha um dia entrado em contacto com ele... O CIFRÃO, essa mágica representação do dinheiro que põe meio mundo a sonhar, que leva milhões ao desespero e que a muitos enlouquece, tem uma extraordinária história de séculos para contar...
Tudo começou há cerca de 1300 anos atrás no paraíso, ou seja na Síria, a região então mais importante do Império Islâmico e na sua capital, Damasco, que para os Árabes, que a veneravam pela sua beleza, luxo e ostentação, era conhecida como "O Olho do Oriente ou "O Paraíso na Terra", tendo naturalmente relegado as cidades santas de Meca e Medina para um lugar muito secundário... É então a partir de Damasco que se espalham os exércitos muçulmanos em busca da expansão do Islão e se a norte a coisa não correu bem devido às inultrapassáveis montanhas da Ásia Menor e às invencíveis muralhas de Constantinopla, bastião da cristandade, a ocidente foi quase um passeio. Os Árabes marcharam sobre o Egipto e, depois de arrasarem Cartago, conquistaram toda  a costa norte de África que hoje abrange os territórios da Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos, tendo alcançado a proeza de submeter os Berberes, povo rebelde que até então resistira aos Fenícios e aos Romanos mas que acabou por se submeter ao Islão, tendo assim engrossado as fileiras dos exércitos de Alá... 


"Tárique" - Theodor Hosemann
Tendo conquistado definitivamente Marrocos, logo os Árabes olharam em frente, para aquele estreito mar que os separava da grande e célebre Europa, ali à mão de semear, bastavam algumas braçadas... E agora, com epicentro em Ceuta, entra em cena o berbere TARIQ IBN ZIYAD, outrora um escravo, a quem foi confiada a empresa de atravessar o estreito que separa os dois continentes, estreito esse sinalizado pelas famosas "COLUNAS DE HÉRCULES", assim se chama desde a Antiguidade aos dois promontórios aí existentes, um em África, o monte Musa, e outro na Europa, o rochedo de GIBRALTAR, assim chamado curiosamente em honra de Tariq (Gibraltar: Djebel al-tarik - montanha de Tárique)...
Assim, entre 711 e 714, foi a Península Ibérica totalmente conquistada e anexada ao mundo islâmico, de Córdova a Toledo, passando por Sevilha, Mérida e Saragoça , chegando aos Pirinéus... 



E aí entra o cifrão...








Para comemorar tamanha epopeia mandou TÁRIQUE cunhar moedas com a seguinte gravura: um S, simbolizando o longo e tortuoso caminho percorrido pelos exércitos islâmicos até chegar à Europa, e depois esse símbolo é cortado por duas linhas direitas simbolizando as Colunas de Hércules... Assim nasceu o CIFRÃO, derivado do árabe CIFR, que significa número, algarismo, e que descambou também na CIFRA lusitana... E desde então até agora, o cifrão tornou-se no símbolo universal do dinheiro!




Escudos - Cifrão - Centavos


João Alembradura

(Historiador de Valmedo)



sábado, 25 de maio de 2019



O DESTINO, A SORTE E A MOEDA...



Sorte ao jogo, azar nos negócios, tostões contados ao fim do mês, bolsos vazios... De mãos dadas com o dinheiro anda sempre a sorte, ou a falta dela... E quem nunca arriscou, uma vez na vida que seja? Cara ou coroa? O simples lançamento de uma moeda ao ar já decidiu jogos de futebol, resultado de eleições e até casos de vida ou de morte... E quem nunca procurou aquele mágico trevo de quatro folhas? E quem nunca depenou o desgraçado do malmequer ansiando por um bom sinal? E quem não tem aquela moeda especial em que, com pouca razão mas muito espírito, depositámos a capacidade de alterar o futuro ou confirmar o destino, a nossa MOEDA DA SORTE? A minha é mais velha do que eu, não imagino por onde tenha andado até chegar às minhas mãos vai para 40 anos e não sei o que seria se alguma vez a perdesse, é uma moeda de 10 escudos, em prata, cunhada em 1954... Porquê esta e não outra? Não sei! Há coisas que não se explicam...





Raspemos então...


João Palpite

(Apostador de Valmedo)

sexta-feira, 24 de maio de 2019



A MISTERIOSA ORIGEM DAS PALAVRAS - VI


OS CONTOS, ESSAS MOEDAS FALSAS...


Muitas memórias àcerca de dinheiro surgem-me em centavos, em tostões, em escudos, em contos, contos para aqui, contos para acolá, contos de réis, milhares de contos... Nos anos 80, lembro-me bem porque foi o meu primeiro carro, comprava-se um Fiat Ritmo 70 novinho em folha por mil e cem contos e também muitas contas fiz para gastar bem o primeiro ordenado de 107 contos e 700 escudos...

Glorioso vencimento dos anos 80!
 E como eu, muita gente passou a vida a contar contos e a suspirar por eles, mas afinal o que são os contos? Claro que toda gente que lidou com o escudo sabe que um conto era aquilo que se chamava à quantia de mil escudos, como aliás previa e determinava o decreto-lei de 1911 que instituiu o escudo como moeda oficial da pátria republicana: "os milhares de escudos poderão também designar-se por contos" e "os milhões de escudos (...) poderão também designar-se por mil contos" referia expressamente a lei... Mas o que talvez muitos não saberão é a origem do termo conto e o porquê da sua aplicação no mundo do dinheiro, história que remonta aos primordios da nacionalidade quando a numeração usada era romana e as operações aritméticas era feitas com ÁBACOS, práticas usadas até ao século XVI...
Na estrita acepção da palavra, os CONTOS serviam para contar dinheiro e eram peças metálicas semelhantes a moedas, em cobre ou latão, e que eram colocadas a espaços regulares nas pilhas de moedas, ajudando na sua contagem. Os contos, dos quais os mais antigos que se conhecem são do século XIII, reinava então D.Afonso III, não passavam de moedas falsas, ou seja, para não se confundirem com as moedas verdadeiras eram cunhados com erros grosseiros...

"CONTO" manuelino....



Neste CONTO do tempo de D. Manuel I, por exemplo, substituíram-se os castelos do brasão por cruzes e em vez de serem 7 são dez, só mesmo uma alminha muito distraída não veria a diferença... E além disso, na inscrição lê-se "PURTUGAL"  em vez de "PORTUGAL" e em vez de "CONTO" aparece "CONTU"!







E agora, recriando a História, vou dar uso ao meu ábaco e contar os meus tostões: coloco um conto exactamente a meio de uma pilha de 20 moedas de 1 tostão (10 centavos) e assim sei que tenho 1 escudo por cima e outro por baixo... Fácil, não?




Ábaco moderno de Valmedo

João Tostão

(Fiscalista de Valmedo)


quarta-feira, 22 de maio de 2019



EFEMÉRIDE # 58


E A REPÚBLICA PARIU UM ESCUDO...



Nasceu oficialmente com o decreto-lei de 22 de Maio de 1911 e embora passem hoje exactamente 106 anos sobre a sua aparição teve apenas 90 anos de vida, muito pouco comparando com o reinado  do seu antecessor, o Real monárquico, mas por outro lado tem todas as hipóteses de levar a melhor em longevidade ao seu malfadado sucessor, o euro, essa moeda tão odiada...  O ESCUDO é filho da República, esse regime revolucionário implantado em 1910 e que para cortar de raiz com o passado e se afirmar definitivamente numa Europa então conservadora e de cariz maioritariamente monárquico teve necessidade de implementar novos símbolos: uma nova bandeira, um novo hino, uma nova moeda... Mas de facto, se a nova bandeira e o novo hino vingaram quase no imediato,  no caso da nova moeda não foi tão simples assim, as pessoas resistem sempre ao dinheiro, e tal como passadas décadas se passaria com o euro, muitos haveriam de não trocar logo as notas de escudo antigas e em desuso, antes as guardaram debaixo do colchão ou então enterram-nas no quintal, o mesmo se passou com o real que só desapareceria de circulação uma vintena de anos depois do aparecimento do escudo...







O tal decreto-lei, assinado pelo então ministro das Finanças José Relvas, estipulou a conversão da moeda, o novo escudo passaria a valer antigos mil réis, assim, quando eu em 1970 e pouco ia para o café do Fernando com 25 tostões no bolso, isto é, com 2 escudos e cinquenta centavos, ou antes, com dois mil e quinhentos réis, isso permitia-me beber uma gasosa, jogar dois matraquilhos e ainda comprar 20 rebuçados para jogar à lerpa, 2 cadernetas de cromos da bola ou então 2 pastilhas elásticas do macaco...!



Eis a moeda com que lidei mais nos meus tempos infantis e adolescentes, embora não fosse a única porque por vezes também almejava a de 5 ou 10 escudos, quando o merecia, fosse por favores às vizinhas velhotas ou por mil trabalhos extenuantes como a rega da horta da minha avó ou a apanha dos figos do Manuel Padeiro, sei agora da importância que esta singela  moeda teve na minha existência, é que naqueles gloriosos tempos ela abria todo um mundo de experiências e oportunidades...
E porque raio deram os republicanos o nome de ESCUDO à sua moeda? Pois parece que  voltaram ao reinado de D. DUARTE, no século XV, quando este monarca decidiu retomar a cunhagem de moedas em ouro, então denominadas escudos porque tinham coroado o escudo das quinas...



Um escudo do século XVI


João Alembradura

(Historiador de Valmedo)

terça-feira, 21 de maio de 2019



"A vida de uma pessoa não é o que lhe   acontece, mas aquilo que recorda e a maneira                           como o recorda"


Gabriel García Márquez

domingo, 19 de maio de 2019



         "Sou uma lenda na minha cabeça...
           Sou uma lêndea na tua cabeça!"

Carlão



CARLÃO nos LIVROS A OESTE

João Sem Dó

(Musicólogo de Valmedo)

sábado, 18 de maio de 2019


A TOUPEIRA EXTRAORDINÁRIA....



E O MARQUÊS VEIO ABAIXO...




Todos procuram a explicação para o misterioso acontecimento ocorrido hoje pelas 20 horas e 31 minutos exactos, em pleno coração da capital portuguesa, quando a estátua de Sebastião José de Carvalho e Melo e mais o seu leão ruiu com estrondo, ficando reduzida a pó... 
Numa primeira instância suspeitou-se de um atentado terrorista perpetrado por uma célula da ala mais radical da Al Thriper, organização geográficamente xenófoba e cromáticamente racista que decretou há décadas uma intifada odiosa contra o sul e o vermelho, mas embora não esteja posta de parte essa hipótese não foram até agora encontrados indicios que sustentem essa pista por parte das autoridades; depois vieram os especialistas do Instituto do Mar e da Atmosfera alertar para a possibilidade de tudo ter acontecido devido às vibrações fortíssimas provocadas por milhares e milhares de gargantas que imitavam o Luís Piçarra a cantar o "Ser Benfiquista", o António Manuel Ribeiro a cantar o  "Sou Benfica" e até o Carlão a cantar "Carrega Benfica" mas muitos torceram o nariz a essa hipótese lançando o argumento de que se assim fosse teriam que haver outras réplicas pelo mundo fora já que a onda festiva e sonora se espalhou por todo o planeta e as autoridades não tinham recebido qualquer nota de que outras estátuas, de duques, viscondes, marqueses, imperadores ou papas tivessem colapsado...
E como se não bastasse, a Polícia andava numa fona à procura de uma estranha criatura vestida de vermelho que tinha sido vista na véspera inspeccionando a estátua de alto a baixo, seria uma doninha para uns, um esquilo para outros, uma toupeira segundo um velhinho entendido em bichos estranhos mas a quem ninguém ligou e até havia quem jurasse que era uma alma do outro mundo que vinha anunciar o final destes conturbados tempos. Certo é que não há certeza nenhuma por enquanto e o mistério promete durar...










João Cacha

(Jornalista de Valmedo) 

sexta-feira, 17 de maio de 2019



LIVROS 5 ESTRELAS - XI


A MAIS BELA VIAGEM NO TEMPO...


Não é um romance, não é poesia, não é biografia nem ensaio, são memórias e imagens em forma de livro, mas não um livro qualquer, este é uma autêntica cápsula que me faz viajar qual minhoca pelos negros buracos e regressar aos tempos felizes de aventuras sem limites, armado em herói do Oeste ou explorador de novos mundos, intrépido cavaleiro ou futebolista famoso... "A SEBENTA DO TEMPO" trouxe-me de volta os pequenos vagabundos, os campeonatos de caricas, a saudade dos cromos da bola em forma de caricatura, o Bonanza, o Daniel Boone ou a Gina partilhada às escondidas no recreio da escola... Ou então aquela música ouvida em segredo porque era pecado, o "je t'aime... moi non plus"...
E um livro assim é mágico, faz com que se recupere a felicidade patente em tantas memórias, daquele tempo descontraído das férias grandes que pareciam não ter fim e em que ainda pensava eu que o mundo era infinito e feito para heróis  e que a vida era tão longa que não faltariam oportunidades para ser herói também... E agora, com algum natural desencanto por este mundo-cão actual, olho para trás e sinto que vivi tempos de encantamento...







João Vírgula

(Leitor de Valmedo)



ENTRE LIVROS, FILMES E HISTÓRIAS...


 - E não esquecer que na época revolucionária em Portugal, por volta de 1974, quando os filmes e os livros não chegavam cá, faziam-se excursões de camioneta a Paris só para ver o filme "EMANUELLE"
   E o Sérgio Godinho, que se tinha debruçado para colocar o copo de tinto na mesa, olhou de soslaio para o Mário Augusto com ar desconfiado...
  - Não acreditas? É verdade! Não sabias? - diz o Mário resolutamente encarando o autor de "Estocolmo". E para que não houvesse dúvidas, o "senhor cinema" voltou-se para a assistência e com ar convincente reafirmou: - É a pura das verdades! Faziam-se excursões para ir ver o filme... 
E enquanto se voltava novamente para encarar o Sérgio, este, entretanto já recostado e com ar pensativo como se estivesse a fazer contas, encolheu os ombros e disse com alívio:
 - Bem, eu de qualquer maneira já estava em Paris!







João Película

(Cinéfilo de Valmedo)


DAS PESSOAS, DA FAMA E DAS MANIAS...



Atravessei o centro da vila deserta, enfiei-me pelo estreito e escuro beco da fruta e chegado à Rua Grande mortiçamente iluminada ouço os primeiros sinais de vida, olho para a direita e vislumbro ao fundo em descontraída aproximação o Sérgio Godinho em amena cavaqueira pós-prandeal com duas ou três pessoas desconhecidas, escritores ou poetas ou críticos certamente, haveria de saber quem eram daí a um par de horas, o grupo tinha descido desde o castelo e dirigia-se, tal como eu, para o Auditório do Centro Cultural, virei à esquerda deixando-os atrás de mim e então apenas um vulto me precedia e que hesita um pouco mesmo à porta... Hesito também, ficamos ali os dois até que, no segundo imediatamente antes de eu lhe dizer para entrar primeiro,  o outro, virando-se sorrindo para mim estende-me a mão e pergunta-me:
  - Olá, está bom? 
Não reconheci imediatamente a cara e eu, que nunca esqueço umas feições que já tenha visto algures, sei que já as vi mas bastas vezes não as consigo associar a um lugar ou a uma circunstância, (esta deficiente memória terá um nome certamente e agora que penso nisso irei investigar um dia), pensei para comigo de onde me conheceria ele para me abordar assim tão simpaticamente, quase familiarmente... Mas aquela voz era-me tão familiar que demorei mais do que desejava a responder.
  - Boa noite - respondi - Se faz favor..
E enquanto atravessávamos o corredor que desemboca no anfiteatro já bem frequentado, eu maravilhado com as circunstâncias, ganho coragem e digo ao Mário Augusto:
    - Já agora, muito obrigado por trazer de volta aquelas maravilhosas recordações da nossa adolescência... Sabe, eu sou de 64...
E ele que já tinha percebido que eu me referia à "SEBENTA DO TEMPO" responde com outro sorriso:
       - E eu sou de 63! Engraçado...
       - Então até já...
E cada um foi para o seu lugar...



"Corações em Concerto"




O serão começaria então com uma belíssima prestação dos "CORAÇÕES EM CONCERTO", um inspirado nome para um trio musical formado pela Rita, pelo Nuno e pelo Rui e que encantou durante uma curta hora a musicar a poesia de Sophia de Mello Breyner... E no final só deu para desejar que haja muitos mais consertos destes poéticos corações!
Entretanto e enquanto João Morales iniciava as hostilidades oratórias de um painel diversificado, ia eu pensando naquele encontro imediato de primeiro grau que me tinha acontecido com o "senhor cinema", alguém famoso, figura pública, com o seu pedestal reservado e no entanto, uma pessoa afável, simples no trato e natural  no relacionamento, e nem de propósito, qual conjunção astral, eis que lhe perguntam, a propósito do seu último livro,  "Janela Indiscreta", uma selecção das suas 25 melhores entrevistas entre 2000 que fez ao longo da sua carreira a estrelas do cinema, diz ele:
   - Os maiores, os melhores, falam contigo tal e qual a vizinha do fundo da rua, amistosamente, sem peneiras nem manias, pessoas simples e normais como nós, como é o caso da Meryl Streep, por exemplo... Outros, como o De Niro, emproado e maniento, faz notar desde o princípio que está ali contrariado, afinal porque é que tem de aturar estes chatos entrevistadores?
E senti que aquilo que o Mário disse foi autêntico, ele nascido, criado e ainda vivendo em Espinho, gosta das pessoas genuínas, da autenticidade, da partilha, sem manias...
E no fim do evento, lá consegui natural e simpaticamente o almejado autógrafo de uma pessoa famosa que continua simples e afectuosa, como eu e como tu, sem a mania das grandezas...









João Vírgula

(Leitor de Valmedo)


quinta-feira, 16 de maio de 2019



AS CONVERSAS, OS LIVROS E A VIDA...



Que leva um comum mortal a arrumar os chinelos, sair de casa após o jantar, enfrentar o costumeiro ventinho agreste que vem do norte, deixar para trás o sofá e um livro, ou um filme qualquer e o computador, todo o mundo virtual à distância de uma mão? A resposta é evidente e serve para todas as hipóteses: uma boa razão! Só aqui é que as coisas divergem, boas razões para uns são parvoíces e perda de tempo para outros... Pois bem, a minha razão foi tão só a conversa...



À conversa...


Só que não era uma conversa qualquer, era um encontro com pessoas de excelente conversa, comunicadores exímios e com muitas e boas histórias para partilhar, histórias da sua vida também... Francisco Zambujal é já um habitué dos Livros a Oeste e através do seu extraordinário humor consegue armar e desarmar conversas como quem pestaneja, gosta mais de falar dos outros do que dele próprio e por isso revela-nos que os seus livros não são autobiográficos mas reconhece que a sua vida daria um bom filme; Afonso Cruz regressou porque gostou da Lourinhã e esse gosto é-lhe retribuído, de trato espirituoso e afável revela em cada tirada uma enorme cultura e uma vasta criatividade em várias áreas para além da escrita, como músico ou ilustrador... Ilustrou, por exemplo, um dos 80(!) livros da Alice Vieira, aquela simpática e desconcertante senhora ali sentada ao lado do Mário e que descobrimos serem eles amigos há 60 anos desde que se encontraram nos jornais, eles que preferem serem conhecidos como jornalistas do que outra coisa qualquer. E que belo filme daria também a vida da Alice pelas amostras com que presenteou a plateia...



 Conhecido como rock-star, António Manuel Ribeiro veio mostrar outras facetas suas, como a de poeta com obra esgotada e à espera de reedição ou como escritor. No seu último livro, "És meu, disse ela", aborda o pesadelo do stalking e do qual foi vítima durante anos, tendo sido o primeiro caso a ser julgado em Portugal e que fez jurisprudência, uma história realmente assustadora e que só com grande coragem ultrapassou... No fim ainda teve tempo para surpreender com a censura de que foi algo o vídeo original de "Cavalos de Corrida" dos UHF tão somente porque mostrava as barbaridades que se faziam aos cavalos exaustos! 
Ao lado, um senhor que desconhecia de todo mas que vingou, o livreiro Jaime Bulhosa, com milhares de histórias para contar sobre a sua actividade como livreiro e que passou a livro, e fica-se perplexo com as coisas que os clientes que entram nas livrarias conseguem fazer aos livros, como aquela vez em que ele vai à estante buscar um "Kamasutra" ilustrado para mostrar a um cliente e ao abrir o livro constata de boca aberta que todas as figuras tinham sido recortadas, alguém se deu ao trabalho de em várias visitas as levar no bolso... Belo serão...



João Vírgula

(Leitor de Valmedo)


DAR VIDA ÀS PALAVRAS...



Cric... crec... cric...crec...cric...crec... Abradacabra! Alakazam! E abre-se o baú mágico das histórias de encantar... Assim começa a escritora e animadora CLARA HADDAD a enfeitiçar a audiência, diz ela que aprendeu a gostar de ouvir histórias por causa de uma avó libanesa e que agora é feliz por poder contar essas e outras histórias, muitas suas... Pode parecer mas não são histórias apenas para crianças, a verdade é que a plateia que tinha pela frente era bem avançada na idade e não foi por isso que esta não deixou de se maravilhar com o poder, o tom, a expressão, a beleza das palavras...




HADDAD nos "Livros a Oeste"


Chama-se "Poeira das Estrelas" e, para além de ser um livro de histórias da autoria de Clara Haddad, é também uma exposição das gravuras de Anabela Dias que fazem parte da ilustração da obra... Palavras e imagens se completam!



"Poeira das Estrelas" - Anabela Dias



E entretanto, diz Clara, sempre com a memória da avó contadora de histórias presente, vai partilhando histórias connosco, não para mudar o mundo mas para não deixar que o mundo a mude a ela...



João Vírgula

(Leitor de Valmedo)

segunda-feira, 13 de maio de 2019



Finalmente chegou a semana dos livros e dos homens da palavra...


João Vírgula

(Leitor de Valmedo)



Memórias daquele d' Aquele bar...







Jean-Charles Forgeronne

(Fotógrafo de Valmedo)

sábado, 11 de maio de 2019





A MISTERIOSA ORIGEM DAS PALAVRAS - V



O MEDIUM, A MEDULA E OS MIOLOS...




Não façam confusão, por favor, não se fala aqui daquela curiosa personagem que se arvora em oráculo do futuro como se fosse um intermediário privilegiado entre os dois mundos, o de cá, físico e material, e o de lá, espiritual e assustador, este medium  de que falamos é apenas o termo latino que significa "no meio", "dentro de ..."... E depois a palavra medium descambou no termo medulla, significando tudo o que está dentro, contido no interior de, o cerne, o miolo... Assim, com naturalidade, de medullus chegámos ao aportuguesado MIOLOS que é o mesmo que dizer aquilo que está dentro de alguma coisa, neste caso em particular...da cabeça!




"Mioleira" - Jean Charles Forgeronne - (Exposição Mais vasto que o Céu) - Gulbenkian




Inicialmente, os termos medullus (miolos) e cerebrum (cérebro) eram sinónimos, designando os dois tanto a matéria cerebral como as imateriais actividades que aí ocorriam, mas a partir do século XIII  a palavra MIOLOS perde o seu carácter científico e ganha uma maior expressividade, significando a capacidade cognitiva, o pensamento, a inteligência, o abstracto... Por outro lado, o termo cerebrum passa a designar apenas a estrutura anatómica, o invólucro, o órgão em sentido lato...





"Natural Brains" - Jean-Charles Forgeronne




Assim, nasce uma dicotomia determinante no reino da humanidade, apesar de todos terem cérebro, e isso é um facto indesmentível, muito poucos desses terão miolos, indesmentível também, o que se tem tornado uma evidência ao longo do decorrer dos séculos... E depois, naturalmente, surgem as expressões populares mas fundamentadas no comportamento humano:


 - "ter os miolos bem assentes..."

 - "não regular bem do miolo..."

 - "miolos de passarinho... - ou de galinha..."

 - "desmiolado..."

  - "dar a volta ao miolo a alguém..."



E muitas outras....
Oh! Pára tudo! Que é isto? Uma chamada do grande  chef  João Ratão? E as iguarias que se fazem com a mioleira, pergunta ele? Miolos de porco à alentejana, mioleira com ovos mexidos e espargos, mioleira de borrego com ovos mexidos e queijo de São Jorge ou miolos de suíno com rins à Beira-Baixa.......



"Miolos de borrego com ovos mexidos"



João Portugal

(Linguísta de Valmedo)


sexta-feira, 10 de maio de 2019



GINÁSTICA NEURONAL



Sabe que desde que nasceu que todos os dias vai perdendo neurónios? E que os neurónios, ao contrário das outras células do organismo, ao morrerem não são substituídos por outros novinhos em folha? A sua sorte é que eles são tantos que parecem nunca esgotar, embora nalguns exemplares humanóides se tenha comprovado que muitos deles não são funcionais... Mas a boa notícia é que há forma de evitar um acelerado e contínuo desaparecimento das células cinzentas, como diria o grande Hércule Poirot, e é bem simples, chama-se ginástica mental e consiste apenas em usar a mioleira pensando, calculando e resolvendo enigmas! É verdade, os neurónios parecem ser viciados em desafios e quando estimulados vivem mais tempo e, não menos importante, funcionam melhor e mais rápido! Por isso, caro visitante do mundo-cão, aqui tem um bom desafio para lhe fazer bem à cabeça: consegue descobrir o cão neste mundo de manchas?



   




A solução será enviada a eventuais pedidos feitos através de comentário...



João Neurónio

(Pensador de Valmedo)


Miniatura de um manuscrito de Guy de Pavia - 1345 




Quem tiver a sorte de visitar o Museu Condé, em Chantilly, poderá verificar que já desde remotos tempos se desconfiava que muita cabeça é oca...



João Alembradura

(Historiador de Valmedo)




CÉREBRO, ESSE LOUCO MISTÉRIO DO MUNDO-CÃO...



Não haverá neste mundo-cão coisa mais misteriosa, fascinante, complexa e apaixonante do que o CÉREBRO humano e o seu funcionamento, tanto quando funciona bem como quando funciona mal... Que se passa na cabeça que nos permite ver e ouvir, que acontece naquela massa cinzenta que nos permite pensar, aprender, recordar ou esquecer, ganhar consciência de nós próprios e do cosmos, ter emoções? E o que é isso da loucura? Ou do génio? Ou da alma? Há muito que filósofos e cientistas tentam entender as relações entre o cérebro e a mente e apesar do grande desenvolvimento que as neurociências tiveram nas últimas décadas, estimulado também pelo boom tecnológico, a verdade é que o funcionamento dessa nossa pequena e vital "caixa-negra" continua a ser simplesmente um mistério colossal... 




"Cérebro estimulado" - Jean-Charles Forgeronne - (Exposição Mais vasto que o Céu - Gulbenkian)



São loucos os números que o cérebro apresenta: contém cerca de 100 mil milhões  de neurónios, os quais estão rodeados de células gliais, dez vezes mais numerosas, tudo junto mergulhado num meio líquido à semelhança das outras células do organismo; cada neurónio está integrado num sistema de interligações com outros neurónios e esses contactos, as sinapses, serão 10 000 vezes mais que o número de neurónios! É ao nível das sinapses que, em menos de um milissegundo, ocorrem reacções químicas e eléctricas que permitem ao cérebro, através de uma autêntica auto-estrada de dois sentidos, receber informações de todo o sistema nervoso, por um lado, e ordenar reacções, por outro... O cérebro é então o centro de controle deste bicho Homo nervosus que habita este mundo-cão e parece evidente que o mundo vai tornando-se cada vez mais cão exactamente devido às taras mentais e deficiente funcionamento do cérebro que muitos exemplares da humanidade padecem, em especial os poderosos líderes mundiais... E a coisa já lá não vai nem com as drogas que estimulam e alteram o cérebro, sejam as naturais como a dopamina ou a serotonina, sejam as outras que vão aparecendo por aí todos os dias... 




Homo nervosus


João Alquimista

(Investigador de Valmedo)



TIRADAS DO GÉNIO - II




"É por aí que pensamos, compreendemos, vemos, ouvimos, que conhecemos o feio e o belo, o mal e o bem, o agradável e o desagradável. (...) É também por aí que somos loucos, que deliramos, que os medos e os terrores nos assaltam. (...) Por estas razões, vejo o cérebro como o órgão mais poderoso do homem."


in "Da Doença Sagrada", Hipócrates (séc. IV a.C.)





"Extracção da Pedra da Loucura" - Hieronymus Bosch - 1745

quarta-feira, 8 de maio de 2019



CURIOSIDADES DO MUNDO CÃO - XV



PÉS COM CABEÇA...



Caro visitante deste fantástico mundo-cão, está preparado para uma experiência que o vai levar a usar a cabeça, isto é, o cérebro? Óptimo, então, esteja em pé, sentado ou deitado, não importa, mexa os dedos grandes dos pés, agora! Conseguiu? Outra coisa não seria de esperar, mas sabe realmente o que fez? Acabou de solicitar os préstimos dos neurónios mais compridos do seu corpo! Estes neurónios que lhe permitiram mexer os dedões estendem-se desde a base da coluna vertebral até aos dedos dos pés! Bastante grandes, não é?






De facto, nos vertebrados os neurónios mais longos têm geralmente metade do comprimento do corpo do animal e, como todos os outros neurónios, transmitem informação motora do cérebro para o corpo  e em sentido contrário transmitem informação sensorial.... Agora pense, bastou pensar e querer mexer os dedos dos seus pés para que o seu cérebro, instantaneamente, miraculosamente, tenha ordenado aos seus dedos para se mexerem e assim foi... Você é dono do seu corpo, faz dele o que quiser em fracções de segundo mas não esqueça, não passa de um servo do seu cérebro, por isso trate-o bem, pense...



João Alquimista

(Investigador de Valmedo)


Cérebro - Exposição "Mais vasto que o Céu" - Gulbenkian  (Foto: Jean-Charles Forgeronne)



"O Cérebro - é mais amplo do que o Céu-
Pois - colocai-os lado a lado - 
Um o outro irá conter
Facilmente - e a Vós também -

O Cérebro é mais fundo do que o Mar -
Pois - considerai-os - Azul e Azul -
Um o outro irá absorver -
Como as Esponjas - à Água - fazem -

O Cérebro é apenas o peso de Deus -
Pois - Pesai-os - Grama a Grama -
E eles só irão diferir - se tal acontecer -
Como a Sílaba do Som -"


Emily Dickinson

in "Esta é a minha carta ao mundo e outros poemas"

(Tradução: Cecília Rego Pinheiro)

terça-feira, 7 de maio de 2019



EM MAIO, SÃO FAVAS CONTADAS NO PRATO...



A FAVA é rica em proteínas, vitamina C, hidratos de carbono, ferro e outros minerais; além disso, o seu altíssimo teor em fibra faz desta leguminosa um poderoso aliado no combate ao colesterol e um excelente regulador do trato intestinal! Existirão melhores razões para neste mês de Maio ir à fava e apreciá-la das mais diversas maneiras?
Claro que nisto das favas não há meio termo, ou se adora ou se detesta, ou se pode comê-las ou não, e se for a primeira vez que o comensal as experimenta convém primeiro saber terá deficit na enzima G6PD (Glucose-6-fosfato-desidrogenase) porque nesse caso iria pagar as favas bem caro, é que poderia, em caso de consumo excessivo, ser vítima de uma anemia hemolítica aguda, o chamado favismo que nalguns casos pode ser fatal...
Mas pronto, chegado aqui e depois de apenas os amantes da fava continuarem a seguir-me, aqui vai um petisco para alegrar o mês de Maio, agora que as favas estão grandinhas e viçosas...


    
FAVAS AVINAGRADAS À VALMEDO

Ingredientes:
                         - favas recém-descascadas (1 Kg)
                         - 1 cebola roxa 
                         - 2 dentes de alho
                         - azeite q.b
                         - vinagre balsâmico (3 c.s)
                         - massa pimentão (1 c.s)
                         - caril (1 c.c)
                         - tomate seco a gosto
                         - sal e pimenta q.b
                         - salsa e coentros a gosto
                         - rama de alho francês




Cozedura das favas
A parte mais importante  desta iguaria é a cozedura das favas, devem elas ser cozidas durante 5 minutos em água fervente temperada de sal à qual se juntaram algumas ramas de alho francês (aquela parte verde que normalmente se despreza); de seguida transferir as favas para um recipiente com água fria e algumas pedras de gelo para interromper a sua cozedura e deixá-las "ao ponto";
Já com as favas no recipiente que irá à mesa, juntar a cebola e os alhos bem picadinhos, regar com azeite e vinagre balsâmico, juntar a massa de pimentão e o caril, temperar com sal e pimenta e, finalmente, juntar a salsa, os coentros e o tomate seco picados.
Misturar muito bem e levar marinar no frigorífico por 30 minutos.
Servir como entrada ou como acompanhamento; hoje, por Valmedo, acompanhou uns rojões...
Bom apetite. 


         










João Ratão

(Chef de Valmedo)
           

domingo, 5 de maio de 2019

E porque hoje o dia é da mãe...


"MATERNIDADE" - BOTERO, Lisboa


Jean-Charles Forgeronne

(Fotógrafo de Valmedo)

sábado, 4 de maio de 2019



A TOUPEIRA DE MAIO


A SÍNDROME PERHAT E AS TOUPEIRICES  DE MAIO...



À hora combinada, que nisso a TOUPEIRA não falha, começo por ver primeiro duas espalmadas patas a apoiarem-se nas bordas do buraco e logo atrás, num incessante movimento de radar, vislumbro os bigodes da criatura... Mas depois nada, passam alguns segundos que pareceram horas, ouve-se um grunhido e só depois, lentamente, hesitantemente, surge a cabeça do bicho de olhar míope...
  - Então, Dona Toupeira, estavas receosa de vir cá acima?
A rainha das cavernas não disse nada, limitou-se a fazer um gesto para me calar enquanto virava o focinho para um lado e para o outro, para a frente e para trás... Então percebi, escutava os sinais do universo...
- Com medo não, meu amigo, mas muito desconfiada! E cada vez mais, os inimigos trabalham na sombra dia e noite para evitar a reconquista e recorrendo a todos os meios para desestabilizar...
  - Estás a referir-te à coacção sobre a arbitragem?
  - Claro e não só, há por aí muita azia pela forma como as coisas nos têm corrido bem, afinal no mês de Abril a equipa venceu as 4 finais para a Liga, incluindo a goleada em Braga onde muitos perigos espreitavam!
  - Então, não estás a exagerar? Afinal dependemos só de nós próprios!
  - Aí é que estás enganado, dependemos também da sorte e do azar, dependemos dos erros alheios e estamos sujeitos a toupeirices, manobras subterrâneas comuns nestas fases decisivas do campeonato! E depois a euforia, meu amigo, é o nosso pior inimigo... Já vejo muita gente a lançar foguetes e só temo que, pela sua juventude, a equipa se deixe deslumbrar na praia... E depois sabes como é no mês de Maio, já o povo diz desde que o mundo existe que às vezes quando menos se espera acontece a borrasca, o que por um lado pode ser um bom sinal pois como diz o ditado "em Maio verás a água com que regarás", mas por outro, nunca fiando! Entendes? 




Perhat ainda confiante...


 - Cara toupeira, agora que falas nisso, da  tal nefasta euforia, fazes-me lembrar o meu amigo Cláudio PEHRAT que num ápice passa da euforia à mais vil depressão, tudo está bem agora e daqui a um minuto o mundo desaba-lhe na cabeça!
   - Olha só, é o SÍNDROME PERHAT, muito conhecido e debatido há séculos entre nós, toupeiras...
    - Sabes que o rapaz estava super-confiante para o jogo de Braga e até começou a ver o jogo mas depois, quando as coisas não estavam de feição e o glorioso se viu a perder aí vai ele, desliga tudo, fecha-me a porta e isola-se do mundo!
     - É mesmo isso, connosco acontece o mesmo, mergulhamos no mundo subterrâneo e só cá vimos acima quando cheiramos que este mundo cão tem boas sensações para oferecer! É o Síndrome Pehrat...
   - Mas depois, acordando para a realidade, quando o meu amigo Cláudio repara que o glorioso deu a volta à questão e começou a enfiar bolas que nunca mais acabava, lá vem ele provocar, impante, aliviado, feliz...
    - É isso mesmo, tal qual!
    - Mas estamos para aqui a filosofar e o tempo escasseia e ainda não me disseste as tuas previsões para este lindo mês de Maio, toupeira... O que aconselhas ao Bruno Lage e aos jogadores?
     - Mais do que tácticas ou opções, neste momento, chegados aqui, o segredo está no balneário, todos juntos, unidos, irmanados, jogue quem jogar e brilhe quem o conseguir, é a EQUIPA que interessa e mesmo que as coisas comecem por correr mal em qualquer uma das 3 finais que faltam há que nunca perder a confiança, a fé na reconquista e depois, o segredo também está no apoio dos adeptos, incomparável em todo o mundo e que tem o condão de levar o grupo às costas até à glória como já o demonstrou vezes sem conta no passado!
    







  - Bem, foi a tua última aparição no mundo cão, agradeço a tua colaboração e, quem sabe, até a uma próxima...
    - O gosto foi meu e tanto assim foi que prometo voltar uma última vez se houver festa no Marquês! E já agora, se isso acontecer, promete que levas contigo à festa o amigo Perhat, estou ansioso por conhecê-lo e aprender mais umas coisas sobre estas toupeirices!
    - Combinado!


28666