sábado, 27 de fevereiro de 2016


SMS Nº 24 - O ANIVERSÁRIO, O CARTÃO E O AUTOCARRO


          Amigo Rui, parece que tens uns dilemas para resolver nesta 2ª feira, a começar pelo eventual cartão amarelo que poderá retirar o RENATO do derby e em relação a isso aconselho-te vivamente a não arriscares a perda da pedra fulcral do nosso meio-campo para tão importante jogo. Parece-me lógico e evidente que, mais jogo menos jogo, o amarelo acabará mesmo por surgir e terás que arranjar outra alternativa (Talisca? Pizzi?) para fazer o papel do miúdo mas seria bom que isso acontecesse noutro jogo qualquer e não em Alvalade onde precisarás de ter os médios a jogar a altíssima rotação se não quiseres perder o jogo e eventualmente o sonho do título. Assim, parece-me evidente que valerá mais arriscares um onze sem o Sanches no jogo de amanhã com o União até porque não te deixes iludir pela TÁCTICA DO AUTOCARRO, poderias ser tentado, a avaliar pelo método do adversário encarar os jogos, que será concerteza uma partida de sentido único e bastante folga defensiva  (portanto com menor necessidade de recorrer a faltas), mas a verdade é que às vezes os amarelos surgem das mais inusitadas situações de jogo, por isso, rogo-te, joga pelo seguro e não arrisques o Renato!
         

        O União de Norton de Matos, a partir da goleada sofrida em casa com o Porto, experimentou a estratégia do autocarro de 2 andares - defensivo e ultradefensivo- aferrolhado a 7 chaves e tal estratégia resultou em grande medida com o SLB (zero remates mas 0-0), com o Sporting, (1 remate e vitoria por 1-0) mas também teve sucesso com o Estoril, marcou aos 2 minutos e defendeu até aos 92, acabando empatado 1 a 1...  A táctica do ferrolho por vezes compensa.



    Estou então convencido de que a melhor forma de levar de vencida este complicado jogo (foste tu que o disseste e aí concordo plenamente contigo que este desafio era o mais importante por ser o próximo) é adoptar a táctica da SUPER GRUA, a táctica de desmontagem de qualquer autocarro que possa aparecer a tapar a baliza do adversário e isso passa por explorar ao máximo as linhas extremas e cruzar com acerto para os finalizadores de área! Se esse plano não resultar só resta a opção última: ATAQUE À BOMBA, que é como quem diz, remate de meia distância e fé no alvo (e aí o Talisca pode ser a solução final)....



        Assim sendo, amigo Rui, desliga o telemóvel, dorme uma boa sesta e arranja maneira de ao menos marcar um golo cedo porque se isso acontecer a táctica do autocarro depressa se desmoronará... E não queiras de forma alguma estragar o 112º aniversário do GLORIOSO...!


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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A RAIVA DO VULCÃO - IV
                                                         

        Dizia-se de JOHN HUSTON que era tão genial como teimoso e ainda bem que assim era pois foi a sua famosa persistência em realizar filmes a partir de romances considerados por muita gente do show business como impossíveis de transpor para a tela que permitiu o aparecimento de " Debaixo do Vulcão" ou "O Falcão de Malta", por exemplo.

  
 Debaixo do Vulcão - trailer




         E se é verdade que a sua profícua obra é irregular pois, apesar de ter produzido várias obras-primas e muitas obras de interessantes, também realizou filmes medianos e até alguns de fraca qualidade, o que Huston nos deixou foi um legado ímpar na 7ª Arte. "Debaixo do Vulcão" (1984) não será das suas maiores realizações mas teve o condão de nos presentear com uma das mais fantásticas interpretações de sempre: ALBERT FINNEY, corporizando de uma forma magistral a complexa e autodestrutiva personagem  do Cônsul George Firmin, um alcoólico-suicida por desgosto de amor!  E o maior elogio que lhe pode ser feito é que parece impossível Finney ter conseguido interpretar os exageros alcoólicos do Cônsul sem estar bastante alcoolizado!...  É caso para dizer, actor a mais para um filme curto, evidência aliás reconhecida pelos seus pares pois foi nomeado para o Óscar de melhor Actor Principal.... Não ganhou nesse ano (F. Murray Abraham ganhou por Amadeus), como não ganhou nas outras três nomeações anteriores  ("As aventuras de Tom Jones", 1963 - "Crime no Expresso do Oriente", 1974  e "O Fiel Camareiro", 1983), injustiça cruel para um dos melhores actores da sua geração! Finney seria ainda nomeado para  Melhor Actor Secundário por "Erin Brockovich", 2000, mas voltou a não ser distinguido....

          É daqueles casos em que ganhou o Óscar sem lhe terem dado a estatueta, quem vir o filme entenderá....


Popocatepl
     Do romance de LOWRY à realização de HUSTON e passando pela genialidade de FINNEY, eis um vulcão de emoções a descobrir....  E como curiosidade, a Yvonne é interpretada por Jacqueline  Bisset, por muitos considerada uma das mais belas actrizes de todos os tempos...
     






        E a estes ingredientes junte-se ainda a beleza das colinas de Cuernavaca e o respirar da alma mexicana...




João Película

(Cinéfilo de Valmedo)

sábado, 20 de fevereiro de 2016


SMS Nº 23 - O DIA D E OS TRABALHOS DE HÉRCULES



       Amigo Rui, disseste ontem na conferência de imprensa que "no Benfica só há uma frente: o jogo seguinte!", e tens toda a razão, o futuro é sempre o que mais importa hoje mas também não te esqueças que o que se conseguiu (ou não) no passado é que alicerça o presente e dá asas aos sonhos do amanhã... Não devemos e não podemos esquecer que a última 6ª feira foi um DIA D!, um DIA DECISIVO, um dia em que poderias ter afastado definitivamente um candidado da corrida ao título mas que acabou por resultar num dia de DERROTA e DESILUSÃO, ainda para mais numa fase em que a equipa estava num ciclo extraordinário e a uma vitória de embalar definitiva e imparavelmente para o título, e se é certo que o insucesso faz parte da vida e do futebol também é verdade que não aconteceu nenhum DESASTRE e o que nunca poderá acontecer é transformar um percalço num cenário de DESISTÊNCIA, a tarefa ficou mais complicada mas ainda está ao nosso alcance, até porque têm-se visto uma equipa organizada, competente e crente nas suas possibilidades ... E ninguém pode deixar de te fazer justiça: a derrota foi cruel e injusta, mas a realidade por vezes é amarga e o que verdadeiramente mudou foi a tua margem de manobra: a partir de agora só tens um caminho, vencer todas as 12 partidas que faltam porque só assim descobrirás o êxtase do título e abrirás as portas do OLIMPO onde moram os treinadores imortalizados pela gloria...

Hércules
        Podem parecer os 12 trabalhos de HÉRCULES mas se pensares que já conseguiste 13 vitórias consecutivas e se tiveres em conta o valor dos teus jogadores, o que poderá impedir-te de tentares repetir a façanha? Deslumbramento não será porque continuas a mostrar à evidência que manténs os pés bem assentes no chão e que continuas ciente das dificuldades, a maior das quais será talvez estrangular o "Leão de Nemeia" em plena selva, mas até lá ainda terás dois jogos de elevada dificuldade, começando pelo de logo à noite....


           Em Paços de Ferreira mora uma equipa aguerrida e complicada e que, nas tuas sábias e experientes palavras, luta até à exaustão...! Ora bem, só te resta uma alternativa: colocar a equipa do glorioso a jogar e a lutar para além da exaustão, até caírem em pleno relvado! É que ninguém terá dúvidas que será muito complicado, ainda para mais com novo impedimento do mágico Gaitán... (e sendo assim, aposta no Carcela a titular!).


           Por isso, amigo Rui, e apesar de voltares a uma casa que bem conheces e onde és e serás respeitado, mete a equipa a jogar com foco na vitória a partir do primeiro minuto e com a eficácia que faltou no último jogo, isto depois de, claro, teres desligado o telemóvel  e dormido uma sestinha retemperadora....






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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016


O MILAGRE DA SEREIA




       O que leva Bryan Ferry, Robert Plant, Sinead O'Connor, Elizabeth Frazier ou George Michael, por exemplo e só para mencionar alguns, a arriscarem uma versão da mesma canção? A resposta só pode ser uma: a atracção irresistível por uma melodia mágica, qual engodo lançado por uma linda mas perversa sereia! 
           "Um milagre", assim definiu Larry Beckett o que aconteceu uma bela manhã do ano de 1967 quando levou o poema "Song to the siren" a TIM BUCKLEY que tomava o pequeno almoço num café. Então, após ter lido os versos e para espanto de Beckett, mesmo ali sentado à mesa, pegando na sua guitarra e à primeira tentativa Tim criou os acordes e a melodia que, sem grandes alterações, viria a gravar mais tarde no LP "Starsailor".  

        Mas Tim Buckley espantou muita outra gente, muitos o consideraram superior a Dylan e Jacques Brel chegou mesmo a dizer que era a voz mais extraordinária que tinha ouvido na sua vida...A verdade é que esta personagem de aspecto tímido e frágil viveu apenas 28 anos mas deixou uma marca indelével na música popular, atestada por "Song to the siren". 


song to the siren - Tim Buckley


               Muito boa gente (incluído eu próprio) descobriu a canção apenas em 83 na voz deslumbrante de Elizabeth Frasier (This Mortal Coil) e só depois chegou ao original, tarde mas ainda a tempo....  Muitas outras versões foram aparecendo e quando parecia que a história estava contada e revista acabo de ser recentemente surpreendido por uma nova "Canção para a sereia", tão bela e mágica  à imagem de Buckley. O milagre pertence a THOMAS DYBDAHL, um norueguês também com ar frágil e tímido mas que merece ser descoberto quanto antes e já agora que não seja atraiçoado por nenhuma sereia para que possa ter uma longa carreira e assim nos deleitar com pérolas e encantamentos......



song to the siren . Thomas Dybdahl




Thomas Dybdahl
                           
          
                                 "Canção para a sereia"

Flutuando em longínquos oceanos inavegados
fiz o meu melhor para sorrir
até que os teus olhos e dedos melodiosos
me seduziram até à tua ilha.
E tu cantaste:
"Navega até mim, navega até mim,
deixa-me envolver-te,
aqui estou eu, aqui estou eu
esperando para te abraçar"

Sonhei eu que tu sonhaste comigo?
Estavas aqui quando eu navegava a todo o pano?
Agora o meu desorientado barco está adornando,
danificado pelo amor rejeitado nas tuas rochas
por teres cantado:
"Não me toques, não me toques,
volta amanhã..."

Oh o meu coração, o meu coração esconde-se da tristeza.
Estou perplexo como uma criança pequena,
estou agitado como a maré:
devo permanecer no meio das vagas?
Ou devo deitar-me com a morte, minha amada?
Ouve-me cantar:
"Nada até mim, nada até mim,
deixa-me abraçar-te,
aqui estou eu, aqui estou eu
esperando para te abraçar..."

Larry Beckett

(Tradução de João Sem Dó)



João Sem Dó

(Musicófilo de Valmedo)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

SMS Nº 22 -  O INFERNO, A SORTE E O DESTINO



   Amigo Rui, admitiste há tempos que por vezes és supersticioso embora sem cair no exagero e isso revela uma boa dose de equilíbrio neste mundo futebolístico tantas vezes influenciado pela SORTE. Diz quem trabalhou contigo no início de carreira que proibias o autocarro do Fátima de fazer marcha-atrás em dia de jogo e que quando essa manobra era imprescindível obrigavas toda a gente a abandonar o veículo porque não suportavas a ideia de andar às arrecuas, na tua ideia só se poderia andar para a frente e outra mania tua que parece dar sorte é a de voltar as costas ao campo aquando da marcação de penalties...

       Haverá treinador que assumida ou secretamente não tenha as suas cenas supersticiosas, desde gravatas da sorte a santinhos protectores ao pescoço? E embora talvez hoje, já muito mais experiente, com outro nível de exigências, outras condições de trabalho e especialmente pelo facto de teres conseguido a liderança que meio mundo considerava impossível há poucas semanas atrás, não ligues tanto a esses "rituais de conforto", mas já notaste, amigo Rui, que o teu destino está hoje marcado pelo número 13?

         

Ora repara:
      
- alcançaste 13 vitórias consecutivas, da 9ª à 21ª jornada;   
- incluindo o jogo de hoje, faltam 13 finais até ao título!;
- estás na tua 13ª época como treinador principal;
- 13 capítulos tem a tua obra inspiradora: "A arte da Guerra";
- amanhã é dia 13 e talvez acordes mais próximo do céu...





A Morte

     O número 13 para muitas culturas e por motivos religiosos é sinal de azar e infortúnio, havendo nalguns casos tanta TRISCAIDECAFOBIA (medo irracional do número treze) que nalguns países não existe o 13º andar nos prédios, passa-se do 12 para o 14 para evitar chatices! Mas como em tudo na vida, o que para uns é azar para outros significa SORTE, no jogo premonitório do Tarôt o XIII Arcano é a MORTE, uma carta que apesar do seu aspecto temido e assustador é portadora de bons augúrios porque pode significar boas vibrações, representa uma mudança e transformação, o fim e destruição de um ciclo e o início de uma nova fase de domínio e força que poderá conduzir a realizações plenas e a um plano existencial superior!
     Transpondo estas vibrações emanadas pela minha bola de cristal para a realidade, parece-me óbvio que o 13 que te acompanhará hoje pode muito bem ser o fim de um ciclo de hegemonia portista das últimas décadas e o início prometedor de um novo e consistente ciclo de glória do SLB, assim a sorte esteja contigo e consigas uma vitória no clássico de logo à noite.


            Mas como muito bem disseste na conferência de imprensa de ontem, o que te dá garantias de eventual sucesso não será apenas a sorte que muitas vezes decidem as finais mas sim duas coisas simples mas  preciosas em qualquer organização: TRABALHO e UNIÃO, e isso parece não te faltar!

            De resto, que dizer de um Benfica-Porto? Resultado imprevisível e jogo difícil, sempre, esperança na vitória e numa grande festa, quase sempre, garantias da equipa a nível emocional e técnico para lutar por uma grande e importantíssima vitória, hoje mais do que nunca! Por isso, por mais que sejam as ausências de parte a parte e as especulações que se façam espera-se um onze determinado e mandão no jogo, uma atitude e garras insuperáveis, e com a marca da simplicidade e eficácia a que nos acostumou a vitória está mesmo ali ao alcance, o INFERNO DA LUZ fará o resto...!

              E por falar na Luz, amigo Rui, depois de desligares o telemóvel e de teres dormido uma bendita sesta podes entrar tranquilo no inferno porque ainda tenho outra boa previsão para ti: algo me diz que a chave do jogo estará no MITROGLOU, esse grande avançado com cara de diabinho e que já leva 11 golos marcados para o campeonato; ora está de ver que vai ser ele a bisar na partida e assim alcançar a marca dos 13 tiros certeiros e apetecendo-me ser ainda um bocadinho mais supersticioso arrisco a marcação dos golos aos 13 e 77 (90-13) minutos!

        


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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016



A ESTRELA, A PRESSÃO E A VIDA



        André Michelin não se contentou em fundar com o seu irmão Edouard uma das mais emblemáticas empresas do mundo, a MICHELIN, uma das maiores fabricantes de pneus do globo, e talvez muito antes de imaginar o sucesso que viriam a ter nas décadas seguintes teve uma ideia simples e brilhante, o lançamento do GUIA MICHELIN...    

    Depois de Jonh Dunlop (veterinário e inventor escocês), ao experimentar um pneu com uma câmara de ar para o triciclo do seu filho, ter patenteado o pneu insuflável, descoberta que iria revolucionar os transportes terrestres e o progresso da humanidade, o acaso bateu à porta de André Michelin: um ciclista em apuros com o pneumático danificado pediu-lhe ajuda e perante o difícil desafio a mente inquieta do visionário não descansou enquanto não inventou o PNEU DESMONTÁVEL!    

       E se a história do sucesso empresarial dos pneus seguiu o seu caminho, interessa mais aqui a questão do lazer, o agradável passeio, a boa mesa e a estadia relaxante... Qualquer mente aventureira, qualquer paisagem, qualquer conversa romântica ou de negócios, qualquer evasão de fim-de-semana fica mais colorida com um belo repasto... A boa mesa abre horizontes, alimenta o espírito e satisfaz o corpo, quem não faz o "sacríficio" de uma viagem de automóvel, curta ou longa, para saciar os sentidos? Assim pensou o bom do visionário do André Michelin ao lançar em 1900 um guia de restaurantes e hotéis que merecessem uma visita, aliando a indústria automóvel ao turismo...


       Hoje em dia, a PRESSÃO na alta cozinha extravasou do pneu e da panela para o dia-a-dia dos grandes chefs,   a luta pela obtenção ou manutenção de uma ESTRELA Michelin atingiu proporções extremas, "vive-se única e exclusivamente para a cozinha...", opinião recente de Benoit Violier, 44 anos, considerado pelos seus pares um dos melhores do mundo e aparentemente a última vítima do stress doentio a que se é sujeito para manter os elevados padrões de qualidade; o seu restaurante tinha sido considerado em Dezembro último o melhor do mundo e, na véspera do lançamento da lista Michelin para 2016 foi encontrado morto na sua casa, tudo apontando para suicídio... a razão terá sido o pânico de perder a distinção alcançada no ano passado. Não é caso único, já antes outros grandes chefs tinham posto termo à vida pelas mesmas razões o que me leva a afirmar que o que é importante nesta história é o EQUILÍBRIO MENTAL entre a pressão e o prazer, a primeira, por maior que seja não deve pôr em causa o segundo, a alegria de viver, e particularmente no que respeita à vida de chef, na minha opinião, há que investir tanto na arte e no dom como no relax, no convívio e na abstracção....E porque a vida será sempre mais importante do que o raio de uma estrela, seja ela qual for, só assim se conseguirá o equilíbrio. tirando a pressão à panela... Custa-me aceitar estes desfechos trágicos dos meus sublimes colegas e só me resta honrá-los com a mais despretensiosa e simples receita que existe, ao alcance mesmo daqueles que nunca ligaram um fogão e a qual, seguramente, não merecerá nenhuma estrela mas que poderá aliviar e iluminar com um raio de luz qualquer dia desta existência stressante....


                                                     POLVO À LAGAREIRO


Ingredientes:
                           - polvo (congelado)
                           - 1 cebola
                           - batatas
                           - salsa (ou coentros)
                           - sal, pimenta
                           - azeite (q.b)


      - Cozer o polvo numa panela com uma cebola (sem sal, assim não endurece o molusco), 30 min;
      - retirar o polvo e na mesma água dar uma entaladela às batatas (10 min);
      - pré-aquecer o forno (200ºC);
      - Cortar o polvo em pedaços, colocar num tabuleiro, temperar com sal grosso e pimenta, juntar a cebola cortada em meia lua, as ervas e as batatas, regar com azeite abundante e levar ao forno (15 min);
      - Esmurrar as batatas e servir a gosto, com salsa fresca por cima e acompanhamento de salada ....      








JOÃO RATÃO

(Chef  de Valmedo)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

  SMS Nº 21 -  OS VELHOS DO RESTELO E A ROTA DA VITÓRIA


        Amigo Rui, eis que depois de teres colocado a nau benfiquista numa rota de vento em popa e de teres meritoriamente dobrado o cabo da Boa Esperança no Tri chegaste ao cabo das Tormentas, a  fase mais difícil desta epopeia... As águas turbulentas e traiçoeiras que em breve cruzarás definirão o resto da viagem, se surfares com sucesso as próximas ondas então não haverá Adamastores capazes de impedir a tua chegada triunfal ao desejado e merecido EL DORADO!...

       
"O Velho do Restelo" - Columbano
            Mas, como bem frisaste ontem aos jornalistas, aconselha o bom senso a não desviar o olhar do próximo passo, esse é sempre o mais importante porque qualquer tropeção pode comprometer os passos adiante e aí tens hoje pela frente um BELENENSES de cara e alma lavadas e muito diferente daquele que goleaste à 4ª jornada, mais organizado defensivamente, menos raçudo como Sá Pinto e mais equilibrado nos processos de jogo (mérito do novo e desconhecido treinador espanhol). Além disso, o teu adversário reforçou-se com um avançado espanhol (Juanto) que já marcou 3 golos nos dois jogos que efectuou e com um colombiano que traz credenciais e experiência (Aguilar), médio internacional colombiano de 31 anos! Portanto, se o Belenenses já tinha bons jogadores no plantel agora estará muito mais forte e moralizado depois de nos últimos 10 jogos ter conseguido 4 vitórias e apenas ter perdido 2.... E se agora já são poucos os VELHOS DO RESTELO que põem em causa a tua competência e qualidade, não deves facilitar em nada e manter a equipa na máxima potência atacante, embora consciente das dificuldades como ontem demonstraste à evidência...  E se fosse necessário alertar para os perigos que te espreitam eis que, para complicar ainda mais as coisas, aí está a recidiva do Luisão que te deixa disponíveis apenas dois centrais (Jardel e Lindeloff) mas certamente não foi por acaso que recusaste as várias propostas para a  saída do jovem sueco neste mercado de inverno, portanto, que melhor oportunidade para ele mostrar a sua qualidade?

        De resto, desliga o telemóvel, dorme uma sesta, faz uso da tua coragem e coloca a equipa a jogar simples e eficazmente como nos últimos meses.....











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