"«A vida não muda», pensou, «não quer mudar». Tinha vontade de gritar; baixou as mãos e torceu-as de encontro ao ventre, tão fortemente que os pulsos lhe ficaram doridos. (...) «Era isto que gostaria de saber - repetiu - e se é possível continuar assim, todos os dias, com este aborrecimento, e se não mudarmos nunca e nunca deixarmos estas misérias, e deleitarmo-nos com todas as parvoíces que nos passam pela cabeça, e discutirmos e contendermos sempre pelas mesmas razões e não nos afastarmos nunca da terra quanto isto - e levantou a palma da mão acima da mesa."
in "Os Indiferentes",
ALBERTO MORAVIA
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