O SÍTIO ONDE O DINHEIRO É GRÁTIS!
Deve ser o único sítio do mundo onde o DINHEIRO é grátis e tem uma rica história por detrás! O recente e mui interessante MUSEU DO DINHEIRO está instalado na antiga Igreja de São Julião, na esquina do largo e da rua com o mesmo nome, embora hoje se chame mais ao largo "Praça do Município" porque ali à beira impera o edifício dos Paços do Concelho e de cuja famosa varanda, em épocas de conquista, são lançadas pérolas futebolísticas ao povo em êxtase... Mas esta antiga igreja é um símbolo da imprevisibilidade deste mundo-cão pois é a prova, agora restaurada, de que os monumentos, tal qual as pessoas, a fé e o dinheiro, não só podem mudar facilmente de mãos como também de lugar!
![]() |
Museu do Dinheiro - Átrio |
A original Igreja de São Julião, edifício medieval que datava do século XIII e onde segundo a tradição terá sido baptizado Pedro Julião, também conhecido como Pedro Hispano e mais tarde como JOÃO XXI, situava-se naquela época mais a norte, no cruzamento da Rua de São Julião com a Rua Augusta, tendo sido destruída pelo terramoto de 1755. A sua reconstrução foi feita então no actual local e terminada em 1810 mas não teve vida fácil, foi vitima de um incêndio passada meia dúzia de anos e que obrigou a outra reconstrução e embora tivesse sido comprada em 1910 pelo Banco de Portugal para aumento das suas instalações, num processo que demoraria mais de vinte anos a ser concluído, ao longo de todo século XX o monumento seria votado ao abandono devido à discordância entre o proprietário e a Câmara sobre o destino a dar ao edifício... E tudo se arrastou, como é de bom tom neste país, até há pouco tempo e valeu a pena esperar tanto, não só se salvou e adaptou-se a estrutura da igreja como surgiu um moderno museu, amplo e luminoso, com o bónus de ainda ter sido descoberta mais uma página da história da capital, durante as obras vieram à luz do dia pedaços da esquecida muralha de D.Dinis e que hoje podem também ser visitados.
![]() |
O cofre-forte |
Quanto ao Museu do Dinheiro, pois bem, é um museu moderno, tecnológicamente evoluído e interactivo e que desafia o visitante para uma maravilhosa viagem, não só pela história do dinheiro e das transacções comerciais mas também pela história da civilização desde os primórdios...
E curiosidades não faltam, desde entrar num cofre-forte, tocar num lingote de ouro verdadeiro que vale meio milhão de euros (disseram-me que se o conseguisse retirar do cofre era meu, falhei mas estou a planear outras estratégias e numa futura visita talvez tenha sucesso!), observar moedas tão antigas quanto a Muralha da China, perceber como são cunhadas as moedas e fabricadas as notas, até fabricarmos o nosso próprio dinheiro... E tudo grátis!
E curiosidades não faltam, desde entrar num cofre-forte, tocar num lingote de ouro verdadeiro que vale meio milhão de euros (disseram-me que se o conseguisse retirar do cofre era meu, falhei mas estou a planear outras estratégias e numa futura visita talvez tenha sucesso!), observar moedas tão antigas quanto a Muralha da China, perceber como são cunhadas as moedas e fabricadas as notas, até fabricarmos o nosso próprio dinheiro... E tudo grátis!
![]() |
Meio milhão de euros na mão |
E depois é sempre possível encontrar gente conhecida, preparava-me para passar ao núcleo arqueológico e mergulhar nas primitivas muralhas de Lisboa quando reparo numa figura inconfundível, de máquina pendurada ao pescoço e de óculos pendurados no nariz, o meu amigo e já célebre fotógrafo de Valmedo, Jean-Charles Forgeronne, estava parado em pleno átrio, observando com enlevo uma moeda com a sua efígie e que ele próprio tinha cunhado minutos atrás... Mais tarde confidenciar-me-ia que tinha ele ficado de tal forma deleitado com a visita que se tinha esquecido do motivo que o tinha levado ao museu, era suposto ter feito uma reportagem fotográfica mas chegaria a casa apenas com duas fotografias tiradas, o tempo voara-lhe! Não lhe restava outro remédio senão voltar ao museu para fotografar, coisa que aliás não o preocupava muito porque, ao contrário do dinheiro, tempo não lhe faltava, facto que ele aproveitaria desde essa altura para bradar aos céus que nem sempre os adágios populares batem certo, pois não seria ele próprio a prova viva de que tempo nem sempre é dinheiro?
![]() |
Moeda de 1 forgeronne |
João Alembradura
(Historiador de Valmedo)
Sem comentários:
Enviar um comentário