MEMÓRIA DE ELEFANTE
Para além de ostentar o título de maior animal terrestre da actualidade, com uma altura média de 4 metros e um peso que pode atingir 6 toneladas ou mais, o gigantesco ELEFANTE é também conhecido por possuir outras capacidades extraordinárias, nomeadamente uma prodigiosa memória...
Animal gregário, vivendo em grupos que podem atingir as 100 unidades e comandados pela matriarca, a fêmea mais velha que é responsável pela sobrevivência da manada em épocas de escassez de água e alimento e que consegue, mesmo após enormes distâncias percorridas, memorizar o local exacto onde se podem alimentar e matar a sede... Também conseguem estes paquidermes memorizar por décadas cheiros e vozes de outros indivíduos com que se cruzam, sejam eles outros elefantes, outros animais ou até mesmo pessoas, reconhecendo-os após tanto tempo de afastamento!
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"An Elephant" - Rembrandt - 1637 |
Esta extraordinária capacidade elefantina de armazenamento de informação, espacial e não só, decorre do facto de o seu cérebro possuir uma vasta rede de neurónios, até mais densa e com mais lóbulos do que o cérebro humano... Estudos revelam que esta fantástica memória foi adquirida e melhorada ao longo das eras através da luta pela sobrevivência e transmitida de geração em geração... Mas não é só a memória que é extraordinária no elefante, são também notáveis a inteligência e a capacidade de sociabilização... Em relação a esta última então, o elefante vai muito mais além dos outros animais da selva e não só, note-se que para além do homem, deve ser a única espécie animal que atribui à morte um carácter transcendental, quando se depara com os restos mortais de um semelhante fica transtornado... Enquanto que os outros animais perante semelhantes mortos não demonstram qualquer atenção ou emoção, no caso dos elefantes, todos os indivíduos da manada se abeiram do defunto e lhe tocam com a tromba, uma despedida elefantina em forma de homenagem certamente, e depois ainda lhe fazem o funeral, enterrando-o... Finalmente, exéquias feitas, a manada prosseguirá o seu caminho mas os familiares do elefante finado seguem atrás, a uma boa distância, fazendo o luto!
João Atemboró
(Naturalista de Valmedo)
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