A TOUPEIRA DE MARÇO
A LUZ, O SEIXAL E A GRAÇA...
Um verdadeiro estado de graça! - foi a primeira coisa que a TOUPEIRA disse ao sair do buraco, neste primeiro dia de Março, ainda eu procurava na pasta o caderno e a caneta para registar a entrevista.... E, de facto, assim pode ser e bem caracterizado o ambiente que se vive pelos lados da Luz e do Seixal... Não há memória nas últimas décadas de uma crise assim, de confiança e não só, resolvida por uma chicotada psicológica que tenha resultado de um modo tão estrondoso: instantâneamente voltou a alegria de jogar, houve jogadores que se libertaram, outros que renasceram e ainda outros, ostracizados no passado, que se tornaram fundamentais para uma retoma de qualidade e intensidade de jogo como há muito não se via! Naturalmente surgiram as goleadas históricas (inclusivamente em casa de rivais), as excelentes exibições, um élan com os adeptos que ajuda e empurra a equipa e o clube para a frente, um sucesso absolutamente estrondoso no pouco tempo que BRUNO LAJE tem à frente da equipa que levanta a seguinte questão: estamos perante um predestinado, o "treinador do futuro"?
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O presente e o futuro... |
- Sem dúvida! - respondeu a toupeira. - Mesmo que haja contratempos próximos e não consiga o título esta época, pela aposta nos jovens do Seixal, que conhece como ninguém, pela motivação que lança para a equipa, pela ousadia (Istambul), pelas ideias e pelo futuro, Laje é o homem certo hoje e amanhã...
- Mas ainda falta muito jogo! Já estão para aí a dizer que amanhã será o jogo do ano...
- É sempre a mesma coisa, a imprensa acicata os ânimos e gosta sempre de colocar mais um pouco de pressão e dramatismo em clássicos ou derbys, faz parte da indústria... Mas não é o jogo do ano nem a partida decisiva, ganhe quem ganhar não será já campeão, perca quem perder não ficará já afastado do título, a partida é importante, sim, mas vale apenas 3 pontos como todos os outros 9 jogos que ficarão a faltar, e ainda em Março, o glorioso ainda terá de ir a Moreira de Cónegos (a sensação da época) e receberá os nada fáceis Belenenses e Tondela, intercalados pelas duas mãos da Liga Europa com o Dínamo Zagreb, duplo confronto para ultrapassar rumo à conquista do troféu que tem escapado na última década...
E com isto, o bicho virou o focinho para o alto, inspirou e desabafou enquanto se escapulia pela abertura da toca: "Tudo é possível, sim! Talvez seja um ano em grande..."
Foi aí que eu percebi que o que a TOUPEIRA queria dizer, é que, apesar de toda a exaltação à volta de FÉLIX, FLORENTINO, FERRO e mais umas dezenas de jovens produtos do Seixal, não há projecto nem futuro sem a pessoa certa, no sítio certo, na hora certa, e essa trindade conflui certamente neste homem simples, humano, acertivo, competente e corajoso...
- É sempre a mesma coisa, a imprensa acicata os ânimos e gosta sempre de colocar mais um pouco de pressão e dramatismo em clássicos ou derbys, faz parte da indústria... Mas não é o jogo do ano nem a partida decisiva, ganhe quem ganhar não será já campeão, perca quem perder não ficará já afastado do título, a partida é importante, sim, mas vale apenas 3 pontos como todos os outros 9 jogos que ficarão a faltar, e ainda em Março, o glorioso ainda terá de ir a Moreira de Cónegos (a sensação da época) e receberá os nada fáceis Belenenses e Tondela, intercalados pelas duas mãos da Liga Europa com o Dínamo Zagreb, duplo confronto para ultrapassar rumo à conquista do troféu que tem escapado na última década...
E com isto, o bicho virou o focinho para o alto, inspirou e desabafou enquanto se escapulia pela abertura da toca: "Tudo é possível, sim! Talvez seja um ano em grande..."
Foi aí que eu percebi que o que a TOUPEIRA queria dizer, é que, apesar de toda a exaltação à volta de FÉLIX, FLORENTINO, FERRO e mais umas dezenas de jovens produtos do Seixal, não há projecto nem futuro sem a pessoa certa, no sítio certo, na hora certa, e essa trindade conflui certamente neste homem simples, humano, acertivo, competente e corajoso...
O futuro o dirá, começando já amanhã no Dragão com uma equipa de meninos a jogar para ganhar mas uma coisa ninguém nem a história retirará a Mister Bruno: revolucionou o futebol benfiquista e as mentalidades!
Fica apenas uma questão residual, que me incomoda apenas pela admiração que nunca negarei pelo excelente trabalho que o antecessor de Laje produziu no glorioso: "O que se passou, amigo e desgraçado Rui Vitória, se tinhas tudo à mão?"
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