sábado, 16 de novembro de 2019



POTSDAM, A TRANQUILA...


Se curiosamente neste mundo-cão é exactamente o cão o melhor do amigo do homem bastas vezes então nada surpreende que tenha tido Frederico, o Grande como último e mais importante desejo o de ser enterrado junto do túmulo dos seus galgos, em plenos jardins do seu Palácio Sanssouci... E a alma da pobre criatura não teve paz durante duzentos e cinco anos pois, talvez por castigo pelas maldades que o seu iluminado despotismo infligira a muita criatura, contra a sua vontade fora sepultado numa igreja e foi preciso cair o muro para se fazer a vontade ao homem, acabou finalmente por ser trasladado em 1991 para junto dos seus cães e agora repousa em tranquilidade eterna...



"Sanssouci Outonal" - J.C.Forgeronne

Mas não foi só o grande Frederico a apaixonar-se por aquelas idílicas paragens às portas de Berlim onde nasceria a cidade de POTSDAM,  toda a realeza do império prussiano e alemão desatou a construir ali palácios, jardins, parques, igrejas e outros monumentos e juntando a isso uma deslumbrante natureza em que imperam dezenas de lagos e luxuriantes florestas então descobriu-se o paraíso...


"Porta de Brandenburgo" - J.C.Forgeronne, Potsdam


Mas se os paraísos terrenos infelizmente vão desaparecendo a pouco e pouco ainda há alguns que ainda vão resistindo apesar das calamidades que os assolam, é o caso de POTSDAM, arrasada por bombardeamentos dos Aliados em 1945 mas que conseguiu renascer das cinzas e voltar à sua exuberância arquitectónica e paisagística...


"Voltaire à varanda" - J.C.Forgeronne, Sanssouci

E se já vão longe os tempos das duas guerras, a mundial e a fria, presentes estarão sempre as memórias da célebre Conferência de Potsdam em que Churchill, Truman e Estaline dividiram a régua e esquadro os despojos da Alemanha nazi e, mais tarde, da Ponte Glienick, onde se faziam as trocas de espiões entre Berlim Ocidental e o bloco comunista...





João Alembradura
(Historiador de Valmedo)

Sem comentários:

Enviar um comentário