ENTRE A VIDA E A MORTE...
A MORTE, exceptuando a nossa, é das coisas mais banais deste mundo, afinal tudo o que vive um dia tem que morrer, seja pessoa seja bicho, e confiando nas estimativas da ONU são cerca de 150 000 as pessoas que morrem por dia em todo o mundo, a uma média de 100 por minuto, ou seja, nos cinco segundos que gastei a escrever a palavra morte partiram de vez deste mundo para aí umas cinco... E é bom imaginar que seja muito grande o outro mundo para que haja espaço para todos e que seja uma viagem sem engarrafamentos tantas são as almas em viagem para o além!
Ora, de entre as poucas certezas que se podem extrair das leis quânticas que sustentam este maravilhoso e esquizóide mundo-cão ressalta à evidência a seguinte: "passamos de longe muito mais tempo mortos do que vivos"... Bom, mas isso não quer dizer que noutros mundos para além deste não passemos mais tempo vivos do que mortos, até seria uma maneira engraçada de equilibrar as coisas, afinal toda a entropia do desordenado cosmos não tenderá, como dizem os postulados da termodinâmica, a obter esse equilíbrio entre o positivo e o negativo, a energia branca e a energia negra, o bem e o mal, o zero e o um do computador, a verdade e a mentira, a realidade e a ilusão? E se a nossa percepção da existência é assente num puro maniqueísmo, ou tudo ou nada, e aquilo que está entre vamos empurrando para a penumbra dos mistérios, também somos levados a procurar certezas, ainda que poucas, e se já dizia Lavoisier que na natureza nada se cria nem se perde, que tudo é transformação, e sendo assim, naturalmente se coloca a questão: e então o espírito, ou seja a alma ou a abstracção humana ou o pensamento, chame-se-lhe o que se quiser, se como tudo o resto não se perde, o que lhe acontece?
Ora, de entre as poucas certezas que se podem extrair das leis quânticas que sustentam este maravilhoso e esquizóide mundo-cão ressalta à evidência a seguinte: "passamos de longe muito mais tempo mortos do que vivos"... Bom, mas isso não quer dizer que noutros mundos para além deste não passemos mais tempo vivos do que mortos, até seria uma maneira engraçada de equilibrar as coisas, afinal toda a entropia do desordenado cosmos não tenderá, como dizem os postulados da termodinâmica, a obter esse equilíbrio entre o positivo e o negativo, a energia branca e a energia negra, o bem e o mal, o zero e o um do computador, a verdade e a mentira, a realidade e a ilusão? E se a nossa percepção da existência é assente num puro maniqueísmo, ou tudo ou nada, e aquilo que está entre vamos empurrando para a penumbra dos mistérios, também somos levados a procurar certezas, ainda que poucas, e se já dizia Lavoisier que na natureza nada se cria nem se perde, que tudo é transformação, e sendo assim, naturalmente se coloca a questão: e então o espírito, ou seja a alma ou a abstracção humana ou o pensamento, chame-se-lhe o que se quiser, se como tudo o resto não se perde, o que lhe acontece?
A menos que alguns tenham regressado do lado de lá, de outra dimensão qualquer, nenhum de nós que por aqui deambulamos e muitas vezes perdidos saberá o que nos espera depois do último suspiro terreno, embora haja quem acredite piamente que vai ganhar um par de majestosas asas e com elas voar para o prometido CÉU, seja lá o que isso for... Também não sei o que me poderá acontecer depois de supostamente atravessar o longo túnel em busca de uma luz salvadora, também não é caso para antecipar dores e deixar de dormir por causa disso, logo se verá, a única coisa que espero é encontrar alguém pelo caminho e que, ainda que com as mesmas dúvidas e a mesma esperança de que o mundo de lá não venha a ser ainda pior que este mundo-cão, dê para conversar um pouco ou ao menos fazer um pouco de companhia porque a solidão perante o desconhecido é a coisa mais terrível que pode calhar a uma alminha perdida!
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"Homem-esqueleto" - Odilon Redon |
E agora que os cabelos brancos me assaltam, penso na morte todos os dias mas por uma boa razão, é que ao acordar constato que me foi dada mais uma oportunidade, mais uma breve vida para gastar eventualmente até amanhã, se tudo entretanto correr pelo melhor e enquanto assim for pratico o carpe diem porque o carpe vitae só é possível dia a dia, e sabe-se que o depois do amanhã pode ser já um futuro muito longínquo... E um dia, então, chegará a hora para embarcar para aquele mundo onde espero passar muito mais tempo vivo do que morto para compensar esta vidinha daqui que é muito curta...
Yuehan Kaluosi
(Filósofo Taoísta de Valmedo)
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