terça-feira, 14 de maio de 2024


 RONDA PELO PRECIPÍCIO


Alguns Andaluzes de outrora, fartos de serem presa fácil de bandidos e invasores, em vez de viverem nas planícies desataram a construir as suas cidades fortificadas no cimo dos montes e dos penhascos e assim nasceu RONDA, um dos pueblos blancos, assim chamados porque todas as casas são caiadas à boa maneira mourisca... Alcandorada numa meseta rochosa a 739 metros de altitude, a cidade não só desafia os sentidos e quem sofre de vertigens como convida o viajante a perder o olhar pela imensidão de cenários espectaculares que oferece ao caminhar sem pressa pelo Paseo de los Ingleses ou ao quedar-se pelos vários miradouros sobre o precipício, e no final de tarde, então, nada melhor do que deixar-se perder lentamente pela Alameda del Tajo, um encantador jardim botânico do século XIX...


"Puente Nuevo" - Jean-Charles Forgeronne


Mas claro que o ex-libris de Ronda é a sua ponte, chamam-lhe Puente Nuevo, inaugurada em 1793 depois de 40 anos de construção liga a cidade nova à cidade velha do tempo dos mouros e que dos seus mais de 100 metros de altura domina o canhão Tajo de Ronda e o rio Guadalevín, lá muito em baixo... 
Uma cidade apaixonante e sedutora, que o digam celtas, fenícios, romanos e árabes que por Ronda foram atraídos e encantados, mas também a aristocracia europeia e muitos artistas em busca de uma autenticidade perdida, por exemplo Orson Wells designou-a como o sítio ideal para morrer e fizeram-lhe a vontade, em 1987 para aqui trouxeram as suas cinzas, vindas da California...

"Ronda mourisca" - Jean-Charles Forgeronne

 

João Palmilha

(Viajante de Valmedo)

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