OS MÁRTIRES DO 25 DE ABRIL
Uma pedrada no estagnado charco que alimentou desde sempre a falsa ideia de que a revolução dos cravos tinha sido limpa, sem derramamento de uma gota de sangue, assim se pode caracterizar REVOLUÇÃO SEM SANGUE, primeira obra de Rui Pedro Sousa, realizador de apenas 36 anos... O filme, estreado nas salas há pouco mais de um mês, parece condenado ao sucesso e a ser uma obra de culto tal o impacto relatado por quem já o visionou e chegou em boa hora aos LIVROS a OESTE, não para ser visto mas para ser falado e discutido... Embora o realizador não estivesse presente ouvimo-lo num trailer a dizer a razão principal que tinha estado na génese da obra, a estupefacção que sentiu ao saber que afinal, ao contrário do que pensava e porque nunca alguém lho tinha dito, a revolução tinha causado mortos, cinco na verdade... A partir daí, juntamente com a argumentista AMP Rodriguez, encetou um trabalho de investigação sobre as vitimas junto de testemunhas, familiares e historiadores que resultou na história real sobre os trágicos últimos dias de 4 jovens mortos pela PIDE-DGS... E há quem, como Eurico Reis, também presente na conversa, seja da opinião de que se não tivesse sido avisado à última da hora dessas mortes o General Spínola não teria anunciado ao país a extinção da PIDE-DGS pois o que estava na calha para a polícia do estado era apenas mais uma reformulação, uma espécie de suavização com mudança de líderes...
O resto é ir á descoberta do filme e reviver a história com outros olhos...
João Película
(Cinéfilo de Valmedo)
Sem comentários:
Enviar um comentário