ENCONTROS IMEDIATOS COM ESCRITORES - XIII
NEMÉSIO, A CONSCIÊNCIA DOS AÇORES
Pode acontecer antes ou depois da alcatra ao almoço, pode acontecer antes ou depois da obrigatória ida ao miradouro da Serra do Facho onde a vista sobre a marina e a cidade é inebriante, pode ser até sem planeamento prévio mas em qualquer passeio a pé pelo centro histórico da Praia da Vitória é inevitável passar por ali, pela pequena praça onde Vitorino Nemésio nos espera com a sua paciência de ilhéu... Ali está ele, em frente à chamada "Casa das Tias", antigo solar da família onde o escritor passou grande parte da sua infância e adolescência e que hoje, a preceito, alberga a Biblioteca e a sede da Assembleia Municipal, de ar sereno e com os inevitáveis óculos de aro grosso na mão, aqueles de que nos lembramos quando o víamos a preto e branco no "Se bem me lembro...".
![]() |
"Vitorino Nemésio à porta de casa" - Jean-Charles Forgeronne |
Vitorino Nemésio honra a etimologia do seu nome, Vitorino porque da Praia da Vitória e Nemésio porque tem origem no grego nemesis e que significa não só "justa indignação" como também " partilhar, distribuir a cada um o que é seu", e muito partilhou ele da sua sabedoria....
"Sou ilhéu. E tanto ou mais do que a ilha, o ilhéu define-se
por um rodeio de mar por todos os lados."
(in "O Corsário dos Mares")
João Vírgula
(Leitor de Valmedo)
Sem comentários:
Enviar um comentário