A TRAGÉDIA VIRAL DO AMOR...
Enquanto descia a Rua D. Pedro na pacata aldeia do Moledo em busca da casa da Tia Francelina ia eu trauteando com o assobio no tempo certo e tudo a maravilhosa nova canção dos Clã:
"Tudo no amor,
vivo com o fantasma
que é viver em ti...
Ele é cego e vê
e eu ceguei e vi..."
E então, ao bater com o nariz na porta, convenci-me que o amor é assim mesmo, belo, imprevisível, misterioso, por vezes trágico, raras vezes eterno e amiúde efémero... E foi isso mesmo que aconteceu com a AMOR, exposição colectiva sobre Pedro e Inês, cruelmente finada antes do tempo devido ao estúpido Covid-19...
"Tudo no amor,
vivo com o fantasma
que é viver em ti...
Ele é cego e vê
e eu ceguei e vi..."
E então, ao bater com o nariz na porta, convenci-me que o amor é assim mesmo, belo, imprevisível, misterioso, por vezes trágico, raras vezes eterno e amiúde efémero... E foi isso mesmo que aconteceu com a AMOR, exposição colectiva sobre Pedro e Inês, cruelmente finada antes do tempo devido ao estúpido Covid-19...
E agora ali estava eu a espreitar sem nada alcançar, parecendo o cego do poema do Sérgio Godinho, impedido de revisitar as obras que tinha visto dias antes, e se ali era assim então na Galeria Municipal que albergava a outra parte da exposição a sorte seria igual...
Num estado de pura desolação, sintoma comum nos cativos do amor, não me restava mais do que fechar os olhos e ver na memória do olhar as obras escondidas lá dentro...
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"A caixa de Pandora" , (pormenor), Sónia Godinho |
E como nenhuma história de amor é igual porque cada um o sente e vive à sua maneira, mil olhares significam mil amores, esta exposição, saída da cabeça e vontade do João Leirão, mostrava três abordagens completamente distintas mas que se completam numa interessante perspectiva feminina sobre o tema e que eu, leigo em relação a técnicas e estilos modernos, caracterizaria como o realismo de Nélia Caixinha, o simbolismo de Maria de Fátima Silva e a alegoria provocatória de Sónia Godinho...
E tal como o amor que por vezes renasce, regressei com uma réstia de esperança de que passada a apocalíptica pandemia a AMOR destas três artistas volte um dia, aqui ou noutro luminoso lugar e assobiando lá vim cantarolando:
"Cheguei-me
de bengala branca,
Tacteei no escuro
de bengala rosa.
Por amor procuro,
uma flor secou
e em botão renasce...
Será que traz veneno
e a paixão desfaz-se..."
![]() |
"4º Sepulcro de Inês" - Nélia Caixinha |
João Plástico
(Artista de Valmedo)
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