A MISTERIOSA ORIGEM DAS PALAVRAS - I
DEFENESTRAÇÃO
Polissílaba palavra esta, DEFENESTRAÇÃO, que mistura em si mesma a amálgama histórica e a riqueza da sina europeia maturada ao longo de séculos... Fenestra, em latim, Fenêtre, em francês, Fenster, em alemão, são vocábulos que se conjugam com o siginificado de JANELA, em português... Os lusitanos, sempre espiritualmente virados para a simplicidade, não viram mais do que pequenas portas nas janelas, e se à porta se chamava latínicamente Janua, a uma janela, àquela pequena porta sem pé, só se poderia chamar Januella... O correcto, seria em bom português, chamar à defenestração DEJANELIZAÇÃO, isto é, lançar algo fora pela janela...!
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Das janelas da Câmara Municipal de Praga alguém foi lançado.... |
Defenestração - acto ou efeito de defenestrar, de atirar janela fora algo ou alguém, mas convém referir que o alguém só lhe é associado após os incidentes de PRAGA de 1419 em que, numa rebelião de HUSSITAS (seguidores de Jan Huss, protestante dos dogmas de Roma e incinerado na fogueira por heresia em 1415), diversos vereadores católicos são por eles lançados pelas janelas da Câmara Municipal...
Curiosamente, 200 anos depois (!), em 1618, uma revolução desencadeada na Boémia descambou numa enorme crise quando vários representantes dos Habsburgo foram arremessados das janelas mais altas do Castelo de Praga, incidente que estaria na origem da Guerra dos Trinta Anos, a qual se alastraria a toda o continente europeu e que, só na Boémia, dizimaria um quarto da população...
Estes incidentes trouxeram para o léxico político a importante noção de que, ser defenestrado, é ser imolado, não volta a ser nada após ser lançado da janela, seja por incompetência, seja por corruptibilidade, seja apenas porque sim... Foi-se! E que bom seria que, baseados nesta lexicografia, desatasse o povo a fazer justiça e a lançar pelas janelas (e no nosso parlamento não faltariam!) aqueles políticos e outros infiltrados agentes económicos que teimam em parasitar a nossa sociedade e a levar à ruína os cofres públicos e outros ainda, que, por interesse ou por inaptidão, teimam em ser uma nulidade e um obstáculo ao progresso da democracia!?... Dejanelizemos então, até à exaustão!...
Segunda defenestração de Praga |
Estes incidentes trouxeram para o léxico político a importante noção de que, ser defenestrado, é ser imolado, não volta a ser nada após ser lançado da janela, seja por incompetência, seja por corruptibilidade, seja apenas porque sim... Foi-se! E que bom seria que, baseados nesta lexicografia, desatasse o povo a fazer justiça e a lançar pelas janelas (e no nosso parlamento não faltariam!) aqueles políticos e outros infiltrados agentes económicos que teimam em parasitar a nossa sociedade e a levar à ruína os cofres públicos e outros ainda, que, por interesse ou por inaptidão, teimam em ser uma nulidade e um obstáculo ao progresso da democracia!?... Dejanelizemos então, até à exaustão!...
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Câmara Velha de Praga |
João Portugal
(Linguísta de Valmedo)
(Linguísta de Valmedo)
Muito em voga nos idos do Século XVII, a defenestração teve também honras de primeira página (ainda não havia o Correio da Manhã), no 1º dia de Dezembro corria o ano de 1640, na capital do Reino de Portugal, anexado por Castela, quando foi defenestrado um burguês, traidor, ao serviço da coroa espanhola, de nome Miguel de Vasconcelos.
ResponderEliminarAbaixo a tirania e os traidores! Defenestração dos Miguéis de Vasconcelos deste país, JÁ!