UMA VOLTINHA POR... - II
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"O urinol" |
Não é por acaso que agora o largo é conhecido como a Praça David Leandro Silva, o industrial que primeiro trouxe comércio e bem-estar social para esta zona da cidade...
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"Os armazéns de vinho do Bombarral" |
Sigo depois, mais leve e afoito, pela Rua do Açúcar adiante, assim denominada devido a uma antiga refinaria de açúcar que por ali havia no século XVIII, e a meio passo pelo Palácio da Mitra, uma quinta de recreio construída para os prazeres dos arcebispos de Lisboa, outrora uma residência no campo para estar mais perto do céu e mais longe da azáfama da grande cidade, um sítio propício para brincadeiras, portanto...
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"O Narigudo" |
Mas deixemo-nos de beatices até porque dou comigo agora em plena Rua do Beato, assim chamada por causa de Frei António da Conceição, também conhecido por Beato António e que no século XVI foi o grande responsável pela construção do Convento do Beato... Entro depois na Rua do Grilo, deixo o cheiro a café e o fabuloso unicórnio para trás, passo ao lado de mais um convento, neste caso o Convento dos Grilos, e delicio-me com a sinalética do trânsito... É tempo agora de Xabregas e de escolher a melhor explicação para o nome de entre várias imaginações, opto pela menos científica e mais popular, por isso mesmo talvez a mais genuína e plausível, a de que Xabregas deriva do antigo termo do povo "Leixa Bregas", (deixa brigas) uma expressão usada no antigo lavadouro da rua quando as lavadeiras brigavam entre si, umas vezes talvez por calhandrice de má-fé e outras porque alguma não respeitasse a fila e a hierarquia...Agora tenho o narigudo pela frente, adivinho o "Frog" ali à espreita e assusto-me com o "Monkey" do Bordalo II, ameaçado pela frenética indústria da construção imobiliária que tomou de assalto esta zona da cidade, será que vai ser destruído sem dó nem piedade?
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"Monkey em vias de extinção?" |
Não quero nem pensar nisso mas agora que já passei por debaixo do comboio e estou à porta do Museu Nacional do Azulejo, quando passar pela igreja da Madre de Deus não desperdiçarei a oportunidade de rezar pelo futuro da arte deste oriente em vertiginosa transformação...
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"Convento da Madre de Deus" |
(Fotos: Jean-Charles Forgeronne)
João Conde Valbom
(Olisipógrafo de Valmedo)
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