sábado, 15 de março de 2025


 O MUSEU DA PEQUENA PEDRA POLIDA

Uma enorme e deliciosa surpresa, assim resumo a minha primeira visita ao Museu Nacional do Azulejo, coisa adiada por demasiado tempo e para a qual não encontro desculpa fácil, mas pronto, matei o borrego e de tal forma que já ando a planear uma revisitação, com mais tempo e disposição para pormenores que por agora, certamente, me escaparam... E a surpresa começou logo em plena rua tanta era a gente, especialmente gente jovem e estrangeira, que demandava a entrada do Museu instalado em pleno Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela suspeita do costume, a Rainha D. Leonor, e à qual, entre outras coisas e para ornamentação de igrejas e conventos se ficou a dever a encomenda de muitas obras de pintura, escultura e cerâmica, nomeadamente azulejos, vindas de todo o país, da Itália, da Flandres, da Alemanha...

"Igreja do Convento da Madre de Deus" - Jean-Charles Forgeronne

Mas a surpresa maior foi constatar a excelente organização do espaço museológico, num local ímpar e bem aproveitado onde se respiram séculos de história, com ênfase na pequena mas deslumbrante igreja que delicia os olhos com os seus magníficos painéis de azulejos... Ademais, tanta obra para descobrir e analisar que uma só visita não permite e entre uma visita e outra haverá certamente tempo para relaxar ou tomar um café no luxuriante jardim ou para admirar calmamente o claustro do convento lá em baixo...

"O Claustro" - Jean-Charles Forgeronne

Mas há um segredo bem escondido no Museu Nacional do Azulejo e que só por instinto e desconfiança não me passou despercebido: quando o visitante se dirige para a saída, convencido que a visita está feita, há uma última sala, escondida lá em cima e só acessível depois de uma longa escadaria mas que vale a pena um derradeiro esforço, lá, no ponto mais alto, a toda a amplitude da sala espera-nos um fantástico painel de azulejos com 23 metros de comprimento que retrata a vista geral de Lisboa de antes do terramoto, pintado em 1700 e resgatado ao Palácio dos Condes de Tentúgal...

"Museu do Azulejo" - Jean-Charles Forgeronne

João Plástico
(Artista de Valmedo)

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