A NONA ARTE INVADIU A VILA!
Socorro! A Lourinhã foi invadida por heróis, uns super e outros nem tanto, porque heróis tanto são as personagens de livros e filmes como também o são os criadores, desenhadores, argumentistas e editores, que num mundo em que é cada vez mais penoso criar obras originais em liberdade de expressão, sim, não se deixe enganar, a censura continua bem viva no mundo da arte, incluindo a nona, que o digam Miguel Angel Martin, decano autor espanhol multipremiado com uma carreira ímpar e que viu um livro seu ser proibido em Itália ou também Jorge Deodato, outrora editor da Polvo e que chegou a ver a sua loja na ultra-conservadora e católica cidade de Viseu ameaçada e sitiada só porque na montra se exibia um livro com o título "As mulheres não gostam de foder"!...
Uma semana inteira de Banda Desenhada na Lourinhã é o que é, o III Festival LouriBD, organizado pela Editora EscorpiãoAzul, traz-nos autores de Portugal, Espanha ou Brasil, muitas conversas sobre os livros e sobre o universo editorial, várias exposições, muitas oficinas ao dispor dos alunos desde o pré-escolar ao secundário, um mercado de livros, um concerto ilustrado e até cinema, que melhor se pode querer?
Mas ontem aconteceu um dos momentos altos do certame com a exibição do filme português "O Velho e a Espada", da autoria do jovem Fábio Powers e com efeitos especiais de Jules Spaniard Raimes, um filme que, segundo os autores, está a ter um sucesso surpreendente pois já foi premiado em Espanha e exibido também no Canadá, na Dinamarca e na Grécia... Um filme de autor, quase caseiro, em parte autobiográfico, rodado numa aldeia de Castelo Branco e com uma personagem principal desarmante, António da Luz, desempenhada pelo próprio, ele que era realmente o bêbado da aldeia e que Powers conheceu ainda menino... Confuso? Se o está é porque não esteve no Festival a conversar com o autor mas tem um bom remédio: veja o filme e delicie-se...
João Película
(Cinéfilo de Valmedo)
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