A ILHA DO ARCANJO
Eu vos direi da ilha que na dorna
do Arcanjo é eterna em chão escasso.
Fulva de gado ao dia. À noite morna.
Embebida no verde. E o mar colaço.
Ilhado alumbramento em tempo torna
a unção de contemplar. Um ténue traço
de garça entre água e céu. A paz encorna
em lagoa e lavoura o tempo e o espaço.
Tanto silêncio confiado à luz!
Treme um nenúfar se um trilo tremeluz.
Caiam o sol de azul os agapantos.
Na cevadeira a broa luminosa,
Romeiros nos persignam com uma rosa.
Suas rezas joeiram pombos santos.
in "O dilúvio e a pomba"
Natália Correia
(13-9-1923 / 16-3-1993)
verde e o azul, o mar e o vento, a maresia e o odor do campo. Nove ilhas num mar de encanto. Açores...
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