ANEDOTAS QUE PARECEM POEMAS - X
Heraldo Estefânio entrou na cidade com o cavalo a passo, os homens afastavam-se à sua passagem e as mulheres suspiravam, descavalgou junto ao saloon, amarrou as rédeas e entrou de olhos cerrados e palito na boca a bailar por entre os pelos do farto bigode... O pianista parou de tocar, os homens pararam de beber e quebrando o pesado silêncio que anunciava morte perguntou o pistoleiro:
- Onde está o cabrão?
Ninguém ousou responder mas todos olharam para as costas de alguém sentado ao balcão que bebia a última gota de um whisky...
Saíram os dois para a rua seguidos da multidão, ninguém falava porque sabiam todos o motivo do duelo: vingança!
Frente a frente na principal e única rua da cidade, lançou Estefânio para o seu rival:
- Ei gringo! Como te chamas mesmo?
- João Garrafão...
Heraldo sacou mais rápido que um relâmpago, disparou uma única bala e só depois disse:
- Enganas-te, agora és o João Cacos!
João Vírgula
(Leitor de Valmedo)
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