domingo, 17 de fevereiro de 2019



GRANDE DEMAIS PARA UM PEQUENO MUNDO...


Se o artista que sobe ao palco cria empatia com o público com uma descarada naturalidade, a pessoa que no final se revela entre autógrafos e um par de minutos de conversa desarma pela simpatia e sentido de humor, completa-se... Com simplicidade e genuinidade, como devem ser feitos os cantautores, SAMUEL ÚRIA vai trilhando o seu caminho espacial pela constelação da música portuguesa, sem se armar em estrela embora se diga que já é uma figura de culto, vai carregando por aqui e por ali uma mensagem que vale a pena escutar. E desmentindo-se a si próprio, o músico que deixou o medo atrás das costas e desceu do Dão para conquistar o grande mundo, num espectáculo intimista apenas acompanhado às teclas por Miguel Ferreira (conhecido dos Clã, por exemplo), provou que continua a crescer e que para nosso gozo se adivinha muita coisa boa a sair dali num auspicioso futuro próximo desta galáxia...   Ficou a água na boca por um prometido concerto com banda... 


Samuel Úria na AMAL - Lourinhã


"Eu já não sei inventar-me
É só mais do mesmo
Fermento em massa de autismo
Eu nem de mim já me pasmo
Há mar e marasmo
Há ir e voltar aforismo

Mas eu só sei crescer..."

in "É preciso que eu diminua"






João Sem Dó
(Musicólogo de Valmedo)

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