terça-feira, 25 de abril de 2017



A ARTE URBANA DO MESTRE


Hoje, dia em que alguns comemoram a liberdade, a arte libertou-se e saiu à rua! Não, não falo da moderna arte urbana, jovem e rebelde, que tem saudávelmente invadido fachadas, paredes e muros do mundo inteiro, dando um colorido e perspectiva diferentes sobre esta atmosfera mundana demasiada cinzenta e opressiva por vezes.... Hoje quem saíu para a rua foram obras com séculos de existência encarcerada entre quatro paredes de museus, por vezes votadas ao esquecimento e disponíveis apenas para especialistas e estudiosos...




Duas obras do Mestre da Lourinhã



A ideia é interessante, afinal como seria se o museu pudesse passar as paredes do seu habitat claustrofóbico e pudesse interagir com as pessoas em plena rua? Assim como quem diz, se as pessoas não vão aos museus porque não os museus irem até às pessoas? 
Foi o que fizeram algumas obras do século XVI, representativas da arte sacra de origem flamenga e da autoria do MESTRE da LOURINHàe de Lourenço de Salzedo, empoleiraram-se elas em portas e janelas, paredes meias com dinossauros em pleno centro da vila da Lourinhã...




S. João Baptista no deserto



A partir daqui não haveria limites para exposições de rua, por exemplo, que bom seria juntar as obras do Mestre da Lourinhã espalhadas por locais tão dispersos como o Museu Nacional de Arte Antiga, o Santuário do Cabo Espichel, Funchal, Cascais ou Beja.... Ou então trazer também para a rua as obras de JOSEFA de ÓBIDOS que estão cativas no Convento de Santo António e juntar-lhes algumas das suas telas que se encontram espalhadas pelo país e até pelo Louvre... Ou então mostrar ao mundo alguns de muitos outros pintores portugueses que estão votados ao esquecimento por parte das gentes que são obrigadas a correr pelas ruas em azáfamas exigentes que lhes roubam o tempo indispensável para a descoberta dos museus...




Lourenço de Salzedo  - "Imaculada Conceição"




João Plástico

(Artista de Valmedo)

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