domingo, 31 de dezembro de 2023

 

SONETO DAS PEQUENAS COISAS


De braços ao alto e mui erecto pau,
Em sua concha Neptuno se rende,
Mas sem marinhos cavalos nem tridente
De que nos serve esse deus dos mares?


Ora, trouxe esse suave e liso calhau
Que vais rolando por entre os dedos,
E sonhos e visões e fúrias e medos
De noites frias e sofridos despertares...

E a maré traz ainda coisas pequenas,
Como essas azeitonas ressequidas
Na noite da amora festiva caídas...


E com isso tudo as memórias plenas
Das pequenas coisas que te prestam
Salvam os tristes dias que te restam...
 



J.C.
(Poeta de Valmedo)

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