O MUNDO É MESMO PEQUENO...

E num par de horas viaja-se por aí sem rédeas, à velocidade da luz partimos dos Açores com escala em Alcântara e aterramos em Torres Vedras, em pleno e cheio Bang-Venue... A noite começou com Pedro Puppe e a sua "música que parece que foi feita para a gente ficar ainda pior", temas entre o triste e o depressivo tocadas a guitarra única e inspirados pela vivência açoreana do cantautor e produtor... Depois do choque inicial a coisa entranha-se e dei por mim a assimilar aquelas palavras vividas que nos mostram que a tristeza é afinal tão natural como a alegria e que é importante viver bem com as duas sob pena de se perder o juízo...

Depois virou-se o disco e Frankie Chavez, provavelmente o maior guitarrista lusitano da actualidade e a pisar pela primeira vez aquele palco, mostrou à evidência estar em grande forma e cheio de ritmo fazendo as delícias de uma plateia rendida ao seu virtuosismo e para além dos novos temas de "Alcântara" o espectáculo também se compôs de uma viagem ao passado e a temas já clássicos... E por entre público e fãs sorridentes a abanarem-se em meneios rítmicos aparece-me o João Andarilho de imperiais na mão e a dizer: - "Que bela noite, pá! Hein?!"

João Sem Dó

(Musicólogo de Valmedo)