Quem, como eu hoje fiz, subir os 115 degraus da escadaria que dá acesso da Praia da Malhada até ao alto da arriba irá decerto parar algumas vezes e olhar com outra atenção para trás em direcção ao mar revolto, é que a subida será inevitavelmente feita por entre ecológicos escritos na parede que alertam para a fragilidade do planeta e para a necessidade de o preservarmos... Não se sabe quem escrevinhou mas ainda bem que o fez, para mim aquele manifesto tem ar de juventude irrequieta e activa e isso alegra-me porque não pode haver melhor sinal e garantia de que o futuro poderá ter ainda alguma viabilidade, afinal serão as gerações mais novas que irão herdar esta casa comum e única que nós, mais velhos, lhes vamos deixar já com muitas doenças e algumas delas incuráveis!
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"O planeta não é reciclável" - Jean-Charles Forgeronne |
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"Praia da Malhada" - Jean-Charles Fotgeronne |
Mas continuemos a agradável subida, eis que venço o último degrau e chegado ao alto viro à direita e desço pela Alameda do Golfinho e mesmo à entrada da Praia da Areia Branca, defronte da Pousada da Juventude, (e que melhor sítio?, pensei eu depois), ali estava ela, primeiro indefinida porque é transparente ou não fosse feita de arame de malha fina mas depois pujante na sua mensagem, uma BALEIA que deu à costa qual mensagem desesperada numa garrafa lançada de um mar distante... É que esta baleia mostra através da sua transparência o lixo plástico que intoxicam as baleias reais, aqueles monstros marinhos com milhões de anos de história no lombo... No mínimo, dá para pensar um pouco, ou não?
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"A BALEIA" - Jean-Charles Forgeronne |
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