O MEU INFALÍVEL ANEMÓMETRO...
Não preciso de mais nada, nem de notícias do rádio nem de previsões dos sites especializados nem sequer de pôr a mão fora da janela para saber se a nortada sopra ou não e com que intensidade, basta espreitar pela janela ou olhar por cima da minha hortênsia e avaliar o comportamento das vassouras do meu vizinho...
Aquele belo e saudável exemplar de PALMEIRA DAS VASSOURAS que me acena do outro lado da rua, também conhecida como palmeira-de-leque ou palmeira-anã e que ostenta a alcunha científica Chamaerops humilis, a qual traduzida à linguagem popular só poderia significar arbusto anão e humilde porque a árvore é mesmo pequena em relação às outras espécies de palmeira que se conhecem, até porque, derivado ao crescimento muito lento que apresenta, não ultrapassa em média os três metros de altura...
Para além de ser muito bonita, a Chamaerops humilis é uma árvore de confiança porque é bastante resistente às ameaças climáticas, seja calor seja frio, adapta-se muito bem a solos pobres e aguenta bem a falta de sol pelo que se torna numa excelente opção para planta de interior.
Esta peculiar planta é originária do Mediterrâneo Ocidental e é a única espécie de palmeira que é espontânea em Portugal, sendo mais frequente no sul do país, especialmente nos matos algarvios...
A sua marca distintiva são as suas folhas em leque, geralmente com 12 a 15 pontas, bífidas, rígidas e perenes que durante todo o santo ano lá estão a bambolear-se à mínima brisa numa dança imprevisível.
E vendo o gracioso movimento da pequena palmeira em que, ora ela parece varrer com as suas folhas imaginárias partículas de pó, ora ela parece refrescar-se da canícula com os seus inúmeros leques, eu, medindo a intensidade do bailado decido muitas vezes se vale a pena demandar a costa ou não em busca de uma sereno dia de praia ou passeio porque por estas bandas do Oeste quem manda é o caprichoso ÉOLO, deus dos ventos...
João Atemboró
(Naturalista de Valmedo)
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