AFINAL EU TAMBÉM SOU UM ARTISTA!!! OU NÃO?
- Até já James... Volto não tarda nada!
- Mas onde é que vais? E não posso ir também?
Mas ele já não me estava a ouvir, fechou-me o portão no focinho e já aquela máquina ruidosa onde ele se faz transportar roncava e depressa haveria de desaparecer na esquina envolta numa nuvem de fumo... E isto já tinha dias, amigos caninos, manhãzinha cedo o J.C pegava na mochila e na máquina fotográfica e desandava para o MOLEDO, um sítio muito agradável e onde, por sinal, eu até já estive várias vezes e que, pelo que tenho visto nestes últimos tempos, tem sido a capital do CALHAU, um delicioso e surpreendente festival de artes... Mas que raio, amigos caninos, é esta febre da arte que infecta os humanos? O que é que há assim de tão especial nisso, essa coisa de transformar calhaus em coisas parecidas com sabe-se lá o quê e que só os humanos, às vezes, conseguem ver? Pronto, já estou a ver alguns de vós a discordar desta minha visão da coisa mas eu falo por experiência própria, senão reparem: um dia destes entrei à sucapa na sala e deparei-me com o J.C a delirar com um filme que estava a passar naquela estúpida caixa a que eles chamam televisão, e sabem o que é que eu vi?
O J.C estava a delirar com um filme parvo sobre uma coisa que se tinha passado na sua adolescência, um tal jogo chamado PAC-MAN e que tinha feito enorme sucesso na altura, anos 80, diz ele, e que se resumia a uma bola com uma enorme boca que freneticamente devorava pastilhas como se disso dependesse a sua existência e que simultaneamente fugia de quatro fantasmas que a perseguia! Isto tem alguma lógica, amigos caninos?
Pois bem, nem vão acreditar naquilo que vou dizer mas é a pura das verdades, vendo o J.C assim alucinado por aquela estupidez de filme, tive uma veneta e fui lá fora ao quintal buscar o que restava da minha bola de ténis, afinal, amigos caninos, depois de muito trabalho não a tinha eu, com os meus dentes e o meu dom artístico, transformado numa obra de arte ao nível dos tais PIXELS?
Mas o J.C não me ligou nenhuma, continuava de olhar perdido naquela estúpida caixa de imagens e nem reparou na obra de arte que eu tinha entre dentes... Dá para acreditar? Sejam isentos, amigos caninos, não há tanta arte e criatividade na minha bola como naquelas obras a que os humanos chamam de arte? Como se eles fossem os únicos que conseguissem ver a beleza que há por este mundo fora... E depois, bastante tempo depois de filme acabado e já eu estava cansado de roer a minha bola, ainda vem ele dizer-me:
- James, destruíste a tua bola? Por que raio?
JAMES
(Cão de Valmedo)
- Mas onde é que vais? E não posso ir também?
Mas ele já não me estava a ouvir, fechou-me o portão no focinho e já aquela máquina ruidosa onde ele se faz transportar roncava e depressa haveria de desaparecer na esquina envolta numa nuvem de fumo... E isto já tinha dias, amigos caninos, manhãzinha cedo o J.C pegava na mochila e na máquina fotográfica e desandava para o MOLEDO, um sítio muito agradável e onde, por sinal, eu até já estive várias vezes e que, pelo que tenho visto nestes últimos tempos, tem sido a capital do CALHAU, um delicioso e surpreendente festival de artes... Mas que raio, amigos caninos, é esta febre da arte que infecta os humanos? O que é que há assim de tão especial nisso, essa coisa de transformar calhaus em coisas parecidas com sabe-se lá o quê e que só os humanos, às vezes, conseguem ver? Pronto, já estou a ver alguns de vós a discordar desta minha visão da coisa mas eu falo por experiência própria, senão reparem: um dia destes entrei à sucapa na sala e deparei-me com o J.C a delirar com um filme que estava a passar naquela estúpida caixa a que eles chamam televisão, e sabem o que é que eu vi?
O J.C estava a delirar com um filme parvo sobre uma coisa que se tinha passado na sua adolescência, um tal jogo chamado PAC-MAN e que tinha feito enorme sucesso na altura, anos 80, diz ele, e que se resumia a uma bola com uma enorme boca que freneticamente devorava pastilhas como se disso dependesse a sua existência e que simultaneamente fugia de quatro fantasmas que a perseguia! Isto tem alguma lógica, amigos caninos?
Pois bem, nem vão acreditar naquilo que vou dizer mas é a pura das verdades, vendo o J.C assim alucinado por aquela estupidez de filme, tive uma veneta e fui lá fora ao quintal buscar o que restava da minha bola de ténis, afinal, amigos caninos, depois de muito trabalho não a tinha eu, com os meus dentes e o meu dom artístico, transformado numa obra de arte ao nível dos tais PIXELS?
Mas o J.C não me ligou nenhuma, continuava de olhar perdido naquela estúpida caixa de imagens e nem reparou na obra de arte que eu tinha entre dentes... Dá para acreditar? Sejam isentos, amigos caninos, não há tanta arte e criatividade na minha bola como naquelas obras a que os humanos chamam de arte? Como se eles fossem os únicos que conseguissem ver a beleza que há por este mundo fora... E depois, bastante tempo depois de filme acabado e já eu estava cansado de roer a minha bola, ainda vem ele dizer-me:
- James, destruíste a tua bola? Por que raio?
JAMES
(Cão de Valmedo)
Sem comentários:
Enviar um comentário