quarta-feira, 4 de julho de 2018


O CÉU, A SOMBRA, O SOL E O TEMPO... - III


E quando o Sol se esconde e a luz foge para o outro lado do mundo, as trevas que sucedem ao crepúsculo não impedem que o brilho do Universo chegue até nós depois de muitos quilómetros galgados nalguns casos, noutros depois de longos anos-luz e noutros ainda, pasme-se, após incontáveis parsecs...  O que vemos então ao levantar a cabeça para a abóboda celeste estrelada? Uma ilusão! Muitas daquelas estrelas que observamos esta noite já se extinguiram há milhões de anos, outras já estarão a definhar e o seu brilho será muito menor, outras poderão já ter nascido e só daqui a milhões de anos as poderemos observar, ou seja, o céu é uma mentira e uma ficção e a realidade só a veremos quando, evitando cair nos terríveis buracos negros, conseguirmos ir ao encontro dela através dos túneis feitos pelas minhocas relativas de EINSTEIN, aquele génio que nos tirou o tapete da certeza e nos mostrou que tudo é relativo, o tempo, o espaço, a matéria, o céu, o homem...  E assim, possível será viajar até ao passado e, quem sabe, até ao futuro... Estranho? Sim, mas tudo isto é estranho, o universo, a vida.... 





Mas nem tudo o que luz no céu são estrelas, os planetas também brilham e bastante ao reflectir os raios solares... Para nós, terráqueos, apenas cinco planetas são visíveis a olho nu ( MercúrioVénus, Marte, Júpiter e Saturno) e agora que passámos há pouco pelo Solstício de Verão, todos eles brilham em simultâneo para nós no céu durante o mês de Julho, o que nem sempre acontece ao longo do ano.... Há que aproveitar, portanto...




Logo ao anoitecer, é possível observar Vénus (o astro mais brilhante no céu até Agosto), Mercúrio e Saturno, Marte (identificável pela sua característica luz avermelhada) estará exposto de madrugada e Júpiter, um gigante gasoso que é o maior planeta do Sistema Solar, estará visível durante toda a noite... Um espectáculo grandioso, bem perto de nós, estejamos onde estivermos, basta levantar a cabeça do chão e viajar pelo tempo e pelo sonho....  Do mesmo já não se poderia gabar um marciano pois as nuvens de ácido sulfúrico e as poeiras à superfície da Estrela d'Alva são tão densas que impedem a observação das estrelas! 

O Céu de Valmedo

João Plutónico
(Astrofísico de Valmedo)

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