terça-feira, 8 de outubro de 2019


ETERNA MEMÓRIA QUÍMICA!


Quem está agora por BRUXELAS, ou quem por lá já passou ou quem pretende por lá passar no futuro e que em qualquer dos casos não tenha resistido a uma viagem aos arrabaldes da cidade para visitar o parque do HEYSEL e a sua emblemática estrutura, e por mais ignorante nas ciências químicas que seja, nunca irá esquecer até ao final da sua existência o número de átomos que compõem um cristal de ferro...



Projectado e construído em aço para a Exposição Mundial de 1958, o ATOMIUM, com as suas nove reluzentes esferas representa os átomos de um cristal de ferro aumentado 165 mil milhões de vezes! Ainda hoje, passados mais de sessenta anos, o monumento de 102 metros de altura impressiona e embora construído para durar apenas um ano perdurou no tempo até se tornar num dos ex-libris de Bruxelas...  Partilha assim um destino comum com a celebérrima Torre Eiffel de Paris, também construída apenas para a Exposição Mundial de 1889 e que, tendo escapado à demolição, perdurou até aos nossos dias e tornando-se, de resto, no monumento pago mais visitado em todo o mundo! 



O ATOMIUM simbolizou para aquele tempo do período do pós-guerra o optimismo e a confiança num futuro de conquistas e descobertas científicas... E mesmo para aqueles que se desiludiram com os acontecimentos desde então restam alguns consolos: na esfera superior podem afogar as mágoas num restaurante moderno ao sabor de uns moules à marinniére e enxugar os olhos com uma vista espectacular, na esfera central podem fazer uma cerimónia de esquecimento emborcando as cervejas belgas que aguentarem num amistoso bar e noutras esferas, como convém, porque a vida não é só comer e beber, pode haver lugar a alguma reflexão perante interessantes exposições temporárias...



                                                                                                         (Fotos: Jean-Charles Forgeronne)

João Palmilha
(Viajante de Valmedo)

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