SONHOS, VISÕES E GENIALIDADES...
Ainda as velas do bolo do seu 70º aniversário estão quentes e já PETER HAMMILL estará decerto a compor, a escrever e a cantar, afinal aquilo que faz como ninguém há mais de 50 anos (!)... Líder, coração e cabeça dos Van Der Graaf Generator, iniciou em 1967 com o álbum "Aerosol Gray Machine" esta epopeia criativa que tem sido a sua vida e que conta já, só a solo, com 33 (!) álbuns de originais! É muita obra, e de que calibre! Hammill é daquelas raras criaturas a que é impossível colar um rótulo, a sua poesia e a sua voz tanto podem ser suaves e celestiais como trágicas e pomposas, misteriosas e inacessíveis como puras e cristalinas... Visionário, louco, génio, iluminado, revolucionário, eremita? Talvez de tudo um pouco o que torna o seu mundo fascinante, reflectido nos seus dois livros de poesia: "Assassinos, Anjos, Refugiados" e "Espelhos, Sonhos, Milagres"! E assim, ora baixando à Terra ora subindo aos Céus, ora crítico e cáustico da condição humana ora sobrenatural e espiritual, este herói desalinhado vai pincelando esta cinzenta existência de magia...
"THE LOVE SONGS", editado em 1984, foge ao paradigma de Peter Hammill, não é um dos seus álbuns de originais onde se misturam todos os temas e sentimentos da paleta universal, é antes uma colectânea de enamoradas canções espalhadas por obras anteriores do mestre. Mas é uma obra muito especial e acaba também por ser original porque Hammill regravou os temas com novas vozes e novas sonorizações, tornando-as únicas. A meu ver, ainda bem que o fez, as 10 canções que compõem o CD fazem dele uma obra única, a roçar a perfeição, um deleite sem fim...
Resta o desejo de longa vida para que o artista continue a presentear-nos com a sua genialidade...
João Sem Dó
(Musicólogo de Valmedo)
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