terça-feira, 27 de novembro de 2018



EFEMÉRIDE # 52


O TESTAMENTO MAIS FAMOSO DO MUNDO...



" Morreu Alfred NOBEL, o Mercador da Morte, o homem que dedicou a sua vida a encontrar maneiras de destruir e matar!"

Ao ler este seu obituário publicado num jornal matutino sueco enquanto tomava o pequeno-almoço, o próprio, Alfred Nobel, ficou estarrecido! Então seria assim que seria lembrado? Como o mercador da morte? Quando apenas tinha feito aquilo em que era bom, invenções para o progresso da humanidade? Tinha que fazer algo...

Alfred Nobel
Tudo não tinha passado de uma enorme confusão e de um boato demolidor, afinal quem tinha morrido fora o seu irmão Ludwig, o jornalista equivocara-se... Para Alfred, perder irmãos não era uma dor desconhecida, já tinha perdido há muito o seu jovem irmão Emil numa experiência mal sucedida no laboratório químico familiar, onde tentava descobrir uma forma estável e segura de comercializar a NITROGLICERINA, uma então recente descoberta do seu colega de estudos em Paris, o químico italiano Ascanio Sobrero... O pai dos irmãos Nobel fora um engenheiro civil e inventor e Alfred, juntamente com os irmãos, tinha-lhe seguido as pisadas e, depois de muito esforço e demasiadas tentativas, anos mais tarde teve sucesso: descobriu a DINAMITE! A sua intenção era aplicá-la na construção civil, nomeadamente na construção de túneis e canais, essenciais para o progresso civilizacional, mas rapidamente a utilização da dinamite seria utilizada em acções bélicas que matariam muita gente e que lhe daria a aura de "terrorista"... A sua invenção tinha-se então espalhado pelo mundo inteiro o que lhe granjeou uma fabulosa fortuna...

Curiosamente, NOBEL, que era portador de sentimentos pacifistas e fraternais, teve que lidar com o uso terrível que foi dado à sua invenção, e se não fosse ter lido aquele jornal naquela manhã, talvez não tivesse decidido fazer aquele testamento...  Como disse EINSTEIN, galardoado em 1921, o Prémio Nobel da Paz foi fruto duma consciência pesada!

Excerto do testamento
Assim, precisamente há 123 anos, a 27 de Novembro de 1895, em Paris, na presença de quatro amigos testemunhas e nenhum advogado, facto que depois iria pôr em causa a legalidade do documento, Alfred assinaria o seu explosivo testamento, em quatro páginas agora amarelecidas pelo tempo, numa escrita gatafunhada, pequena e por vezes intrincada, ainda por cima cheias de anotações por tudo o que era papel e onde, desassombradamente, lega à humanidade parte considerável da sua fortuna, com o objectivo de premiar o mérito daqueles que, de forma ímpar e decisiva contribuíssem para um mundo melhor nas áreas da Física, da Química, da Medicina, da Literatura e da Paz! Nobel, talvez antecipando o seu destino, morreria no ano seguinte e só em 1900, cinco anos após a sua redacção, o seu testamento seria legalmente reconhecido e oficializado, depois de muitas disputas por parte de familiares e até de instituições suecas... Os primeiros NOBEL seriam atribuídos em 1901 e hoje são os prémios de mérito mais famosos e desejados em todo o mundo...







João Alembradura
(Historiador de Valmedo)

1 comentário:

  1. Falta a fotografia do outro Nobel português, Nobel da Medicina (também chamado Nobel da Fisiologia), Professor Doutor Egas Moniz, em 1949.

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