O CIPRESTE, A TERRA E O CÉU...
Cupressus sempervirens, também designado por cipreste-comum ou cipreste-mediterrânico, é uma árvore nativa do sul da Europa (Grécia e Itália) e sudoeste da Ásia (Turquia e Chipre) que apresenta uma característica copa triangular que pode ultrapassar os 30 metros de altura... É uma espécie de folha persistente (sempervirens significa sempre verde) e alguns exemplares chegam a viver mais de 1000 anos! Talvez por isso seja também uma árvore de grande simbolismo, associada à melancolia, à morte mas também à imortalidade, daí ser comum vê-la a ornamentar cemitérios também porque a sua copa em forma de vela levou-a à função de velar pelos mortos.... O cipreste, com toda a sua estrutura e ramos a apontarem directamente para o alto é, portanto, um símbolo de ligação entre o céu e a terra, um canal de ligação a vida eterna e não surpreende que tenham sido plantados em larguíssima escala nos claustros e pátios dos mosteiros durante a Idade Média, o que lhe conferiu ainda uma suplementar conotação sagrada....
Curioso também é o facto de a sua distribuição, pela Europa e não só, ter resultado da expansão romana pelos territórios ocupados, lugar onde hajam estes ciprestes significa que, muitos séculos atràs, os romanos por ali andaram! E duas outras características àcerca do cipreste-comum: primeiro, relativo ao passado, a sua madeira, aromática e resistente, foi usada pelos Egípcios para a construção dos sagrados sarcófagos, pelos Gregos para a feitura de móveis e por toda a gente na Idade Média para o fabrico de arcas; segundo, a sua altíssima resistência ao fogo conferida pelo grau de humidade das suas folhas e troncos (à volta de 90%) pode conferir-lhe um importante papel enquanto barreira protectora contra os comuns e devastadores incêndios na região mediterrânica e não só...
Finalmente, não confundir o cipreste-comum com o cipreste-português (Cupressus lusitanica), espécie nativa da América Central e que apenas foi introduzida na Mata do Buçaco em pleno século XVII e depois exportada para a Europa e Brasil com o certificado de origem lusitânica....
Em Portugal, hoje em dia, pode o cipreste-comum ser encontrado em todo o lado, ambiente urbano ou rural, cemitérios ou jardins (públicos e privados), parques ou até em miniatura aprisionada num vaso de varanda, mas, desculpem a presunção, nada se compara aos exemplares que em plena natureza desafiam quem se aventura entre o Almonda e o Alviela, à sombra da Serra de Aire, esculpidos não por Le Nôtre ou Brotero mas pelos ares mediterrânicos do planalto ribatejano.....
EIS UM OLHAR INTEMPORAL...
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Às cavalitas... |
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Moai da Ilha de Páscoa |
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Pássaro |
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Há quem use penacho.... |
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Campanários... |
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Mãe Preta |
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Vestida de noiva.... |
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Cipreste macho com erecção.... |
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Velando pelos mortos.... |
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Irmãos Dalton |
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Tudo preparado na casa de D. Inês para o banho... |
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Cipreste mediterrânico comum (esquerda) e Cipreste lusitano (direita) |
Jean Charles Forgeronne
(Fotógrafo de Valmedo)
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