O ETERNO MAR
e na sua imprevisível errância,
em sete vagas tormentosas
que castigam falésias sem piedade
ou num longo e sereno espraiar
que traz à tona um tempo ausente
e nos devolve submersas emoções,
o mar não é o da inocente infância
nem o das adultas horas tumultuosas
e nem sequer será o da decrépita idade
mas sempre, sempre o eterno mar
lá estará, todos os dias diferente....
Nem o sol que se eclipsa tempo demasiado
ou a lua caprichosa que só as marés produz,
nem as estrelas que salpicam o céu de ilusão
ou as flores que murcham ou as aves que abalam,
nem as árvores que secam ou todo o bicho do mundo,
nem o prazer que dura apenas um instante
e nem o fogo do desejo mais inflamado
ou o espírito perdido que anseia pela luz,
nem o amor mais intenso que assalte o coração
ou a beleza de que tanto os poetas falam,
até nas trevas da noite ou no seu abismo mais profundo
nada é como o mar, eterno e constante...
J.C
(Poeta de Valmedo)
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