quarta-feira, 22 de março de 2017




A PRIMAVERA, A POESIA E A ÁGUA



Há dias para tudo e todo o dia é dia para alguma coisa.... Já estamos acostumados! No entanto, existirem 3 dias seguidos, todos juntinhos sem espaço para pensar ou respirar sequer, como estas 3 últimas datas é inigualável, senão vejamos:

           * 20 Março - chegada da primavera 
           * 21 Março - dia da poesia
           * 22 Março - dia da água....

Hoje, como sempre, não há tempo nem condições para responder aos apelos destes inúmeros e enormes desafios, mas, tentando à boa maneira lusa desenrascar a coisa e correndo o risco de cair no ridículo (e um poeta qualquer disse um dia que a felicidade só está ao alcance daqueles que não têm medo de aí cair, no ridículo!) aqui fica a minha singela contribuição para estas 3 celebrações: não só vou meter muita água tentando o impossível, traduzir (significar) à minha maneira a beleza e a profundidade das palavras de SARA TEASDALE, poetisa que congrega duas comemorações  per si, não só preenche o apelo à comemoração da poesia como também significa um fabuloso hino à natureza, inundando-nos a cada verso com profundas vibrações primaveris...





VIRÃO SUAVES CHUVAS...


Virão suaves chuvas e o odor a húmida natureza,
e andorinhas em desconcertante voo, numa cintilante proeza,

e rãs nos charcos cantando a sua nocturna partitura,
e ameixoeiras silvestres carregadas de trémula brancura,

e os piscos, que a sua fogosa plumagem vestirão
ostentando caprichos, empoleirados numa vedação...

E da guerra ninguém saberá, nenhum desgraçado
se preocupará quando tudo estiver destroçado,

e ninguém, nem pássaro nem árvore se importará
que a humanidade desapareça de vez, quiçá,

e nem a própria Primavera, acordando ao raiar da aurora,
se importará que estejamos ausentes, para sempre fora....
 
"There will come soft rains"  - SARA TEASDALE



Tradução livre de J.C (poeta de Valmedo)

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