E COMO VER O MUNDO-CÃO SEM CAPAS?
Reconheço, pode não passar de uma mania como outra qualquer mas geralmente e quando a normalidade dos dias assim o permite, uma das primeiras coisas que faço quando acordo ou quando a insónia me ataca é navegar pelas capas dos jornais que os sítios internéticos vão disponibilizando, infelizmente quase sempre a conta-gotas... Não sei quantas vezes foi através de uma capa de jornal e ao acordar que fui confrontado com um acontecimento extraordinário que ocorrera enquanto estava prisioneiro dos braços de Hipnos, mas a sensação que me assalta ao desvendar as primeiras capas do dia é a mesma que teria se estivesse estado fechado na escuridão durante uma noite inteira e então abrisse uma janela para a luz do mundo-cão, para a realidade...
![]() |
"A última i" |
Posso até não aprofundar muitas das chamadas de atenção de uma capa mas também já me aconteceu ir comprar o jornal porque algo me interessou deveras, pode ser uma capa normal sem grande impacto mas também pode ser uma capa que é uma autêntica obra de arte, uma capa de jornal (ou revista), para além de seduzir o leitor para a compra da publicação pode moldar opiniões, influenciar pensamentos, criar discussões e por vezes algumas tornam-se até inestimáveis testemunhos históricos...
E agora o mundo das capas está muito mais pobre, desapareceu o i, um reflexo afinal da crise que infesta o jornalismo, melhor, o verdadeiro jornalismo, porque o outro "jornalismo", o de plástico, ao serviço de interesses económicos e políticos, esse vai de vento em pompa com notícias cada vez mais plastificadas...
Obrigado i, pelas notícias e pelas capas...
João Cacha
(Jornalista de Valmedo)
Sem comentários:
Enviar um comentário