DE VIVA E ETERNA VOZ!
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"Manuel Freire com o Coro Municipal da Lourinhã" - Foto: Jean-Charles Forgeronne |
DE VIVA E ETERNA VOZ!
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"Manuel Freire com o Coro Municipal da Lourinhã" - Foto: Jean-Charles Forgeronne |
WILLEM DAFVON GOGH
VINCENT VON MCLEAN
A ORELHA E OS NÚMEROS DE VAN GOGH...
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"Autoretrato" - 1889, (sem orelha) |
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"Autoretrato" - 1888 |
EFEMÉRIDE # 101
TASCAS E ANTROS DE PRAZER - XXXI
MESTRES DO TEMPLO CULINÁRIO
A entrada do templo engana pela sua simplicidade e modéstia, dois degraus dão acesso a uma porta onde cabe apenas uma pessoa, parede estreita sem janelas mas imaculadamente caiada de branco a fazer lembrar as vestes dos cavaleiros da Ordem e assim que entra a surpresa toma conta do iniciado ao deparar-se com o tesouro dos templários perdido há séculos, por entre muita azáfama e duas salas repletas de comensais ali está ele reluzindo transformado em iguarias expostas sobre as mesas ou em bandejas circulantes em precário equilíbrio e depois, como se não bastasse, lá fora uma vista deslumbrante sobre o Alqueva abre o apetite e convida à evasão e ao misticismo...
À boa maneira dos templários que antes do estômago alimentavam primeiro o espírito com uma oração, afinal antes de serem cavaleiros militares eles foram monges, saciemos a nossa curiosidade com alguns factos históricos: em 1232, D. Sancho II, auxiliado pelos Templários, reconquista definitivamente Monsaraz aos muçulmanos e o rei, grato, doou a povoação e terras circundantes à Ordem do Templo, ficando esta encarregue da defesa do território e do seu povoamento; com o intuito de atrair população construíram então os templários uma nova fortaleza, vários templos religiosos, um hospital, uma albergaria...
Aqui sentado na Taverna viajo no tempo à boleia de aromas ancestrais e não me surpreenderia muito se entrasse por aqui adentro um verdadeiro cavaleiro templário sacudindo o pó da sua túnica, encostando a pesada espada à parede e sentando-se com o intuito de se regalar com uma carne de alguidar, talvez um bom borrego ou então umas bochechas de porco preto, quiçá polvo ou bacalhau à templário, não esquecendo a açorda de cação com migas...
João Ratão
(Chef de Valmedo)