CÓRDOBA, A ILUMINADA
Em 711 um exército de sarracenos e berberes do Norte de África vieram por aí acima e trouxeram a sua cultura e a sua arte para a Península Ibérica, especialmente para o al-Andaluz, território que assim designaram em homenagem aos seus antigos senhores, os Vândalos... Hoje Andaluzia, o al-Andaluz, foi então um centro de sabedoria e um mundo à parte senão repare-se que, no século X, enquanto em Londres não havia um único candeeiro de iluminação pública as ruas de Córdoba eram iluminadas e pavimentadas! No inverno as casas eram aquecidas por condutas de ar quente construídas sob os mosaicos que revestiam o chão enquanto que no verão, para arrefecimento, empregava-se o mármore nas varandas e contruíam-se jardins repletos de tanques e cascatas artificiais, tudo rodeado pelo perfume e pelas sombras proporcionadas por pomares de pessegueiros, laranjeiras e romãzeiras...
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"Pátio de los Naranjos" - Jean-Charles Forgeronne |
Há mais de mil atrás Córdoba era uma das mais povoadas cidades do mundo, viviam dentro das suas muralhas 800000 pessoas, existiam 130000 casas, 80 escolas com ensino gratuito, 900 banhos, 100 hospitais e outras tantas bibliotecas, para além de 300 mesquitas! Ao mesmo tempo, "a estrela que ilumina o mundo ocidental", como alguém lhe chamou, era um dos principais centros de erudição que recebia então estudantes e curiosos de França e Inglaterra que vinham aprender medicina, ciência e filosofia com sábios muçulmanos, judeus e cristãos, de entre os quais se salientavam, por exemplo, Averrois, filósofo e médico, e Maimônides, filósofo...
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"Maimônides à porta de casa" - Jean-Charles Forgeronne |
(Viajante de Valmedo)
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