segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

 

LENDAS E NARRATIVAS - XV


ALCOBAÇA, UMA HISTÓRIA DE AMOR...


O amor que unia a donzela Baça ao moço Alcoa era tão intenso e puro que parecia digno de um conto de fadas e por isso aquele par de namorados era benquisto e admirado por toda a gente da região... Bem, valha a verdade nem todos lhes queriam bem porque um dia o rapaz recebeu a visita de uma enigmática e invejosa criatura e esse encontro virou-lhe o carácter e o modo de viver e tornou-se ambicioso a tal ponto que abandonou a sua até então amada Baça...


"Confluência do Alcoa e do Baça" - Jean-Charles Forgeronne


A desolada Baça chorou tanto e noites a fio que as suas lágrimas formaram uma ribeira... Quando soube disso, o jovem Alcoa caiu em si e num desespero terrível, afogado em remorsos chorou também dia e noite tanto que se transformou num rio que em noites de luar murmurava:
   - Baça, meu amor! Perdoa-me, peço-te por tudo que me perdoes!
E então Baça perdoou-lhe e ali mesmo na ponta do jardim do amor se juntou a Alcoa, desaguando no seu lado esquerdo, o lado do coração... Formou-se assim ALCOBAÇA e diz-se por aí que ainda hoje quem por ali passar em certas noites ainda consegue ouvir murmúrios e suspiros apaixonados vindos das águas do rio...


"Jardim do Amor" - Jean-Charles Foregeronne


João Palmilha

(Viajante de Valmedo)

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