quarta-feira, 23 de maio de 2018


ADEUS, EUROPA


O que juntou uma dezena de actores portugueses, entre os quais Nicolau Breyner, Virgílio Castelo, João Lagarto, João Didelet e Maria Vieira, num filme da realizadora e também actriz alemã  Maria Schrader? A resposta assenta que nem uma luva: um filme sem pátria e de todo o mundo, ADEUS EUROPA... Uma produção repartida pela Alemanha, Áustria França e Portugal que nos mostra episódios da vida no exílio de STEFAN ZWEIG, ele que se tornou um apátrida devido à perseguição nazi de que foi alvo e que, na parte final da existência, depois de ter vivido largo tempo na Inglaterra e em Nova Iorque, escolheu o Brasil  como refúgio, uma espécie de paraíso e que ele considerava como a terra do futuro.





O que a vida separou este filme juntou, a Alemanha (realizadora e a actriz principal, Barbara Sukova) e a Áustria (o personagem principal, um dos escritores mais famosos da época e o actor que o encarna, Josef Hader). Pelo meio, fazendo jus a uma pátria sem fronteiras como Zweig lhe chamava, juntam-se as línguas diversas, desde o alemão, ao francês, o inglês e, claro, o português... Também os cenários são globais, desde Buenos Aires, Brasil ou América, embora todas as cenas tenham sido rodadas apenas em Lisboa e em São Tomé...
                                                        






   E a parte final do filme, - EPÍLOGO - surpreende pela sensibilidade com que a realizadora abordou a cena capital e mediática da história, o duplo suicídio de Zweig e da sua mulher, cansados e desiludidos, convencidos que a Europa e o mundo estavam perdidos para a barbárie nazi... O jogo de espelhos da cena é genial e simboliza o respeito que Schrader dedicou ao grande escritor.


João Pelicula
(Cinéfilo de Valmedo)

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