segunda-feira, 26 de maio de 2025


CACHALOTE, BENDITO SUSTENTO!


Apesar de ter sido em 1984 que o governo português subscreveu os tratados internacionais que proibiam a caça comercial da baleia, aceite por uma esmagadora maioria dos países do planeta mundo-cão, com algumas excepções aberrantes como o Japão, um verdadeiro assassino especialista na carnificina de baleias, só em 21 de Agosto de 1987, nas Lajes do Pico, foi caçado o último cachalote nos Açores, pesava ele 20 toneladas e media 15 metros de comprimento!

"Cachalote na Fábrica de Porto Pim" - Fábrica da Baleia

No entanto, com esse fim da caça à baleia, embora não para todos e ditado por factores económicos e ambientais, herdou-se um valiosíssimo património material, constituído pelas embarcações baleeiras, lanchas e botes, bem como uma memória imaterial preciosa da faina que serviu de sustento a muitos açoreanos então em situação miserável...


"Botes baleeiros" - Casa dos Botes, Calheta do Nesquim

Além disso, a faina baleeira ainda deu origem a essa peculiar arte de entalhar, gravar ou pintar no marfim dos dentes ou nos ossos da mandíbula do cachalote, conhecida como scrimshaw, arte que começou como um passatempo para os homens desterrados a bordo das barcas baleeiras americanas que chegavam a passar entre 2 a 4 anos no alto mar sem pôr os pés em terra!  


"Museu dos Baleeiros", Lajes do Pico - Jean-Charles Forgeronne 

João das Boas Regras
(Sociólogo de Valmedo)

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