terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

 EFEMÉRIDE # 91


O NOVO, O VELHO E O YOUNG...


Lembro-me clara e cristalinamente da primeira vez em que, ainda adolescente imberbe, ouvi NEIL YOUNG pela primeira vez, aconteceu num daqueles finais de tardes de verão como só no Ribatejo ocorriam, quentes e peganhentos, o rádio a pilhas debitava hits atrás de hits e surpreendentemente algo me chama a atenção, o som cru mas simples e belo de HEY HEY, MY MY, negro adentro que bateu forte... Algum tempo depois haveria de conhecer a outra faceta de YOUNG através dos "DOIS PONTOS"  do Jaime Fernandes, e quando ouvi MY MY, HEY HEY o outro lado lírico e intimista, fora do azul visceral e reacionário até, fiquei sem reação até hoje, o homem de facto tem um pé nos dois mundos, o nosso e visível para quem tem os olhos com a graduação adequada e o outro, invisível mas palpável, só ao alcance de certas mentes transcendentes como a do velho cantautor que, sem abdicar dos seus princípios ainda que questionáveis por alguns, continua por absurdo a valer, afinal os velhos sábios nunca dormem, repare-se na sua recente revolta para com a falta de princípios dessa geringonça chamada "Spotify"...




Há 50 anos (!) via a luz "HARVEST", o quarto álbum do músico canadiano mas que até poderia ser o primeiro tal a frescura... Para outras calendas ficam as deliciosas polémicas sobre o racismo do estado do ALABAMA nomeadamente com os Lynyrd Skyrnyd....  Hoje ouçamos o álbum de fio a pavio, especialmente "Heart of gold" e "Old man"...


João Sem Dó

(Musicólogo de Valmedo)

Sem comentários:

Enviar um comentário