domingo, 18 de dezembro de 2016



A GRAÇA SOBRE LISBOA





"Lisboa vista da Graça",  - Miradouro de Sophia,   (J.C. Forgeronne) 


REVOLUÇÃO

Como casa limpa
como chão varrido
como porta aberta                                         

Como puro início
como tempo novo
sem mancha nem vício   

Como a voz do mar
interior de um povo

Como página em branco
onde o poema emerge

Como arquitectura
do homem que ergue
sua habitação




Sophia de Mello Breyner Andresen

(in "O nome das coisas", 1977)


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